A economia mundial caminha para registrar a pior década de crescimento em mais de 50 anos, conforme alerta emitido pelo Banco Mundial. Com projeção de expansão de apenas 2,3% para 2025, o panorama econômico global enfrenta desafios estruturais, amplificados pelas recentes políticas comerciais protecionistas.
O cenário adverso tem como epicentro as decisões do governo americano de impor uma tarifa universal de 10% sobre importações e taxas ainda mais elevadas para produtos chineses, além de aumentos nos impostos sobre aço e alumínio.
Estas medidas, embora contestadas pelo Tribunal de Comércio Internacional dos Estados Unidos, que as considerou parcialmente ilegais em maio, seguem em vigor após recursos bem-sucedidos da Casa Branca.
Segundo o relatório do Banco Mundial, “se as previsões se cumprirem, o crescimento médio global previsto na década de 2020 será mais lento do que em qualquer década desde o fim dos anos 1960”, conforme citado em reportagem do portal G1.
A instituição projeta que até 2027, o crescimento médio do PIB global atingirá apenas 2,5% na década de 2020, caracterizando o ritmo mais lento de qualquer década em mais de meio século.
Para empresas que atuam no comércio exterior, os desafios são múltiplos. O relatório do Banco Mundial alerta ainda para os riscos de “paralisação do comércio global no segundo semestre deste ano”, potencialmente acompanhada por “colapso generalizado na confiança, aumento da incerteza e turbulências nos mercados financeiros”.
Este cenário, embora não configure uma recessão global (cuja probabilidade é estimada abaixo de 10%), exige das empresas uma preparação para volatilidade ampliada.
Para a América Latina, região que recentemente saiu de uma “década perdida” e foi severamente impactada pela pandemia, as perspectivas também são desafiadoras. O Banco Mundial projeta crescimento de 2,3% para a região em 2025, com o Brasil crescendo ligeiramente acima, a 2,4%.
Exportadores e importadores brasileiros devem avaliar cuidadosamente suas estratégias de médio prazo, considerando o reposicionamento de cadeias globais de suprimentos, diversificação geográfica de mercados e avaliação de novos acordos comerciais que possam mitigar os efeitos desta nova configuração do comércio internacional.
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