Preço recorde do café brasileiro impulsiona receita de exportações em 60%

14 de maio de 2025

Preço recorde do café brasileiro impulsiona receita de exportações em 60%
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O Brasil experimenta um cenário sem precedentes no mercado internacional de café em 2025. Entre janeiro e abril, as exportações do grão alcançaram US$ 5,053 bilhões, representando um aumento expressivo de 60,1% em relação ao mesmo período de 2024, quando o valor foi de US$ 3,156 bilhões. Este crescimento ocorre apesar da redução de 10,3% no volume exportado, que caiu de 904 mil para 811 mil toneladas.

A explicação para este aparente cenário está na valorização histórica do preço médio do café, que atingiu US$ 6,23 por quilo, um salto de 78,4% em comparação aos US$ 3,49 registrados no ano anterior, segundo dados da Logcomex. Este aumento no valor do produto tem compensado amplamente a redução volumétrica das exportações.

No mercado doméstico, os consumidores brasileiros já sentem o impacto dessa elevação. Segundo dados divulgados pelo IBGE, o café moído acumulou inflação de 80,2% nos 12 meses encerrados em abril, representando a maior variação acumulada em um período de 12 meses desde o início do Plano Real, em julho de 1994.

De acordo com a Logcomex, Minas Gerais se destaca como o principal estado exportador do país, respondendo por 76% do valor total das exportações de café no primeiro quadrimestre de 2025, o que equivale a aproximadamente US$ 3,85 bilhões. São Paulo ocupa a segunda posição, com 10% (US$ 486,6 milhões), seguido pelo Espírito Santo com 8% (US$ 426,2 milhões).

Quanto aos principais destinos, os Estados Unidos lideram com 16% das aquisições (US$ 825,2 milhões), seguidos pela Alemanha com 14% (US$ 723,4 milhões) e Itália com 9% (US$ 449,9 milhões). O Japão, responsável por 7% dos valores exportados (US$ 332,3 milhões), apresentou crescimento de 4% no volume, adquirindo 50,9 mil toneladas neste primeiro quadrimestre.

Mercados emergentes mostram desempenho surpreendente em 2025. A Turquia, com importações de 35,2 mil toneladas, ampliou em 31% seu volume de compras em relação a 2024, representando 4% do valor total exportado (US$ 219,7 milhões). Mais impressionante é o comportamento da Rússia, que aumentou suas importações em 155%, chegando a 28,6 mil toneladas, movimentando US$ 168,6 milhões (3% do total).

Paralelamente, causas climáticas contribuem para a alta histórica dos preços do grão. Além do Brasil sofrer com baixa produtividade no campo, outro grande produtor mundial, o Vietnã, passa por problemas em sua produção, o que encarece a produção global, o que faz com que a demanda pelo café brasileiro torne-se amplamente visada ao redor do mundo.

A valorização extraordinária do café brasileiro no mercado internacional, apesar da redução no volume, evidencia uma mudança qualitativa importante nas exportações brasileiras. O país consegue compensar a menor quantidade exportada com preços substancialmente mais elevados, demonstrando a alta demanda internacional pelo produto brasileiro e sinalizando uma nova dinâmica no comércio exterior desta importante commodity.


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