As importações brasileiras de frutas frescas bateu recorde em 2024 tanto em valor quanto em peso líquido total. Segundo dados da Logcomex, 725,6 mil toneladas de produtos do setor (SH2 08) entraram no país ao longo do ano, uma alta de 30,9% em relação a 2023, quando as compras externas somaram 554,5 mil toneladas.
O gasto no período totalizou US$ 1,1 bilhão (FOB), um crescimento de 30,5% frente ao ano anterior, quando as importações somaram US$ 813,2 milhões.
O principal fator para o avanço no ingresso de frutas no Brasil se deve à quebra na safra de produtos como a maçã, em consequência das fortes chuvas que atingiram o Rio Grande do Sul. O estado, juntamente com Santa Catarina, é um dos principais produtores da fruta no país.
Ainda conforme números da Logcomex, as importações de maçã (NCM 0808.10.10) totalizaram US$ 263,3 milhões, o que representa uma alta de 59,5% na comparação anual e 24,8% de todo o valor das importações do setor em 2024.
Mesmo com o avanço significativo das importações, a fruticultura brasileira registrou superávit de US$ 157 milhões, uma vez que as exportações somaram uma receita total de US$ 1,2 bilhão.
Embora o volume de exportação de frutas tenha recuado em 2024, o aumento no preço médio dos itens no mercado internacional contribuição para equilibrar o quadro.
Entre as frutas mais exportadas pelo Brasil no ano passado, segundo dados da Logcomex, estão mangas (NCM 0804.50.20), que somaram US$ 349,9 milhões em vendas ao exterior, alta de 11% em relação a 2023; limões (NCM 0805.50.00), que totalizaram US$ 195,1 milhões (+12%) e melões (NCM 0807.19.00), que alcançaram US$ 185,2 milhões (-2%).
Para 2025, as perspectivas para a balança comercial brasileira no setor tendem a ser mais positivas. Análise do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), da Universidade de São Paulo (USP) destaca que o dólar valorizado torna o mercado internacional mais atrativo aos exportadores de frutas.
Além disso, para as culturas que enfrentaram problemas produtivos internos no ano passado pode haver recuperação da produção deste ano, ainda que parcial, como é o caso da maçã.
Com a recuperação parcial dos pomares da região Sul, é provável que haja menor entrada externa da fruta no Brasil. Além disso, a demanda europeia, principalmente por manga, melões e melancias deve se manter favorável, contribuindo com os embarques nacionais ao continente, segundo a análise do Cepea.
Por fim, com a alta do dólar frente ao real, o mercado internacional tende a se tornar mais atrativo aos produtores brasileiros, tornando-se o principal canal de comercialização aos que buscam margens de lucro maiores.