O Brasil deve permanecer como importador líquido de derivados de petróleo pelo menos pelos próximos dez anos, com destaque para a compra de óleo diesel, nafta e querosene de aviação (QAV). A projeção consta de um estudo publicado esta semana pelo pelo Ministério de Minas e Energia (MME) e pela Empresa de Pesquisa Energética (EPE).
O documento, intitulado Caderno de Abastecimento de Derivados de Petróleo do Plano Decenal de Expansão de Energia 2034 (PDE 2034), visa fornecer “uma base sólida de dados e análises preditivas detalhadas sobre o segmento de refino de petróleo, as perspectivas para importação e exportação de petróleo, para oferta e dependência externa de derivados e seus impactos para o abastecimento nacional”, segundo nota publicada no site do ministério.
De acordo com o caderno, a capacidade nacional de refino de petróleo será ampliada em 7% entre 2024 e 2034, resultado de investimentos previstos no setor, como a ampliação do 1º trem e a conclusão do 2º trem da Refinaria Abreu e Lima (Rnest), em Ipojuca (PE), e o projeto Complexo e Energias Boaventura, em Itaboraí (RJ).
Por outro lado, no mesmo período, o Brasil deve ampliar sua condição de exportador de petróleo bruto, com volume total passando de mais de 3 bilhões de barris por dia, contra os atuais pouco menos de 2 bilhões de barris por dia.
Dados
Conforme dados consolidados pela Logcomex, no período de janeiro a agosto deste ano, o volume total de petróleo bruto exportado (NCM: 2709.00.10) teve alta de 20,2% em relação ao mesmo período do ano passado. O valor FOB chegou US$ 31,6 bilhões nos oito primeiros meses do ano, avanço de 21,1% na comparação com 2023.
O Brasil é hoje o sétimo maior produtor mundial de petróleo e o oitavo maior consumidor de derivados. Em 2023, país Brasil exportou cerca de 1,6 milhão de barris por dia, o que coloca o país entre os 10 maiores exportadores de petróleo do mundo.
Em relação à transição energética, o documento aponta que, ainda que projeções indiquem aumento da oferta e da demanda de derivados de petróleo no Brasil, são esperados avanços em ações de descarbonização de refinarias nacionais e da infraestrutura logística de petróleo e derivados.