O Governo Federal anunciou na última sexta-feira (13) um projeto estratégico para a logística nacional: a Nova Hidrovia do Rio São Francisco.
Com extensão de 1.371 quilômetros navegáveis, ligando Pirapora (MG) a Juazeiro (BA) e Petrolina (PE), a iniciativa promete transformar o fluxo de cargas entre o Centro-Sul e o Nordeste brasileiro, oferecendo uma alternativa mais econômica e ambientalmente sustentável ao transporte rodoviário predominante.
Segundo o Ministério de Portos e Aeroportos, já no primeiro ano de funcionamento, a hidrovia deverá movimentar 5 milhões de toneladas de produtos diversos, incluindo insumos agrícolas, gesso, gipsita, calcário, grãos, bebidas, minério e sal.
O projeto contempla ainda a integração com outros modais de transporte, como ferrovias e rodovias, potencializando a eficiência logística regional.
A implementação da hidrovia será dividida em três etapas estratégicas. Na fase inicial, o foco estará em um trecho de 604 quilômetros navegáveis entre Juazeiro/Petrolina, passando por Sobradinho (BA) e chegando a Ibotirama (BA). Neste primeiro momento, as cargas serão transportadas por rodovias até o Porto de Aratu-Candeias, na Baía de Todos os Santos.
A segunda fase expandirá a navegação por mais 172 quilômetros, conectando Ibotirama a Bom Jesus da Lapa e Cariacá, municípios baianos. Este trecho terá integração ferroviária com os portos de Ilhéus e Aratu-Candeias.
Na terceira e última etapa, a hidrovia ganhará mais 670 quilômetros, estendendo-se de Bom Jesus da Lapa e Cariacá até Pirapora, completando assim o circuito navegável de 1.371 quilômetros.
O projeto abrange 505 municípios e impactará direta ou indiretamente a vida de mais de 11,4 milhões de pessoas que habitam a bacia do Rio São Francisco.
O “Velho Chico”, que nasce na Serra da Canastra, em Minas Gerais, e percorre um trajeto ascendente pelo Distrito Federal, Goiás, Bahia, Sergipe, Alagoas e Pernambuco, finalmente terá seu potencial hidroviário plenamente aproveitado.