A crescente importação de produtos químicos está pressionando severamente a indústria química no Brasil.
Dados recentes da Logcomex, que analisam os primeiros sete meses de 2024, revelam uma competição no setor, especialmente impulsionada pelos produtos asiáticos e norte-americanos, que chegam ao mercado nacional a preços mais baixos.
A China, grande player do comércio global, lidera essas importações, sendo responsável por 21% dos produtos químicos estrangeiros que entram no Brasil, seguida pelos Estados Unidos, também com 21%.
Como consequência direta dessa dinâmica, duas fábricas nacionais já encerraram suas operações, e o déficit comercial no setor químico continua a crescer. De janeiro a julho de 2024, o Brasil importou 35,34 bilhões de kg líquidos.
Porém, o cenário atual da importação de produtos químicos mostra uma volatilidade significativa em várias categorias. Confira alguns exemplos:
- Cloretos de potássio (NCM 31042090): -25% em valor FOB e +22% em volume.
- Produtos imunológicos (NCM 30021590): +32% em valor FOB e -8% em volume.
- Fosfato monoamônico (NCM 31054000): -25% em valor FOB e -18% em volume.
Esse cenário apresenta um dilema para a indústria química brasileira. Embora o acesso a insumos mais baratos possa oferecer algum alívio de curto prazo, a concorrência predatória de produtos importados, muitas vezes vendidos abaixo do custo de produção local, ameaça a viabilidade da produção interna.
O fortalecimento da produção local não apenas ajudaria a diminuir o impacto das importações, mas também poderia gerar mais empregos e fortalecer a economia interna.