O setor de importação de trigo no Brasil passa por uma transformação significativa em 2024. Segundo informações do NCM Intel, da Logcomex, houve um crescimento de 27% em valor FOB e 59% em volume quando comparados ao mesmo período do ano anterior.
As importações da categoria “Produção Vegetal, Animal e Caça”, onde se enquadra o trigo, atingiram a marca de US$ 1,64 bilhão em 2024, superando os US$ 1,29 bilhão registrados em 2023.
Quando analisamos o volume, a diferença é de 6,65 milhões de toneladas em 2024 contra 4,18 milhões de toneladas no ano anterior.
Esse aumento substancial nas importações configura um novo panorama para o mercado brasileiro, com efeitos distintos nos diversos elos da cadeia.
A Argentina mantém sua posição dominante como fornecedora, representando 64% do total importado (US$ 1,05 bilhão). O quarteto de principais fornecedores se completa com Uruguai (12%), Rússia (10%) e Paraguai (7%), seguidos pelos Estados Unidos (6%).
No cenário interno, São Paulo lidera como principal importador, concentrando 20% do total (US$ 320,47 milhões). Este protagonismo paulista é seguido por Ceará (14%), Paraná (11%), Bahia (10%) e Rio Grande do Sul (10%), evidenciando uma distribuição que favorece tanto regiões tradicionais quanto emergentes no processamento de trigo.
De acordo com as informações da Logcomex, a NCM “Outros trigos e misturas de trigo com centeio, exceto para semeadura” responde por 99,5% das importações, totalizando US$ 1,63 bilhão.
Especialistas do setor apontam que, apesar do significativo aumento nas importações, o Brasil ainda precisará adquirir aproximadamente 3 milhões de toneladas adicionais nos próximos meses para garantir o abastecimento interno. Essa projeção sinaliza oportunidades para empresas com capacidade de antecipação e gestão estratégica da cadeia de suprimentos.