O setor de máquinas e equipamentos registrou um aumento de 15,2% no faturamento durante o primeiro trimestre de 2025, atingindo R$ 67,5 bilhões, conforme dados da Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq). O segmento de máquinas e equipamentos agrícolas é um dos destaques positivos, com faturamento de R$ 15 bilhões no trimestre, 24% acima do registrado em 2024, representando quase 25% das receitas líquidas totais do setor.
Entretanto, o cenário positivo vem acompanhado de um alerta: as importações do segmento cresceram em ritmo ainda mais acelerado. Segundo os dados da Logcomex, as importações de máquinas e equipamentos totalizaram US$ 7,15 bilhões no primeiro trimestre deste ano, uma alta de 11,1% em valor comparado ao mesmo período de 2024. Em volume, o crescimento foi ainda mais expressivo, alcançando 23,1%, com 728,9 mil toneladas importadas, contra 592,2 mil toneladas no ano anterior.
A China lidera como principal fornecedor, respondendo por 41% das importações brasileiras do setor no período (US$ 2,7 bilhões). Em seguida aparecem os Estados Unidos com 15% (US$ 1,01 bilhão) e a Alemanha com 11% (US$ 693,9 milhões), ainda de acordo com a Logcomex.
Entre os produtos mais importados, destacam-se as unidades de ar condicionado (NCM 8415.90.90), com aumento de 43% em valor e 46% em volume. Também relevantes são as importações de partes de máquinas e aparelhos de terraplanagem (NCM 8431.49.29), com elevação de 29% em valor e 45% em volume comparado ao primeiro trimestre de 2024.
Segundo a Abimaq, as importações já representam quase metade do consumo de máquinas do país, saltando de 45% em 2024 para 48% em 2025. Especialistas apontam que essa penetração crescente de produtos importados evidencia dificuldades competitivas da indústria nacional, que enfrenta desafios como taxas de juros elevadas, problemas de infraestrutura e um sistema tributário complexo. A desvalorização do real também contribuiu para a queda de 7,4% nos preços das máquinas importadas.
Em contraste, as exportações do setor acumulam baixa de 5,8% no primeiro trimestre, totalizando US$ 2,7 bilhões. Por outro lado, o mercado interno mostra sinais positivos, com vendas domésticas de R$ 51,6 bilhões, alta de 18% na comparação com 2024.