Exportações de pneus crescem 19% enquanto mercado interno recua no primeiro trimestre

6 de maio de 2025

Exportações de pneus crescem 19% enquanto mercado interno recua no primeiro trimestre
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Apesar do aumento nas exportações, a indústria nacional busca equilíbrio entre mercados externos e proteção contra invasão de produtos asiáticos. O setor de pneus brasileiro apresenta sinais contraditórios no primeiro trimestre de 2025. De acordo com a Logcomex, as exportações cresceram 19% em valor, alcançando US$ 250,9 milhões contra US$ 211,4 milhões do mesmo período de 2024. Enquanto isso, o mercado interno registrou queda de 3,1%, com 11,7 milhões de unidades vendidas, segundo a Anip (Associação Nacional da Indústria de Pneumáticos).

Esta divergência entre desempenho externo e interno sugere que os fabricantes brasileiros estão redirecionando estrategicamente sua produção para mercados internacionais face às dificuldades domésticas.

Dados da Logcomex mostram que as importações no primeiro trimestre de 2025 recuaram 22% em valor FOB (US$ 303,4 milhões contra US$ 391 milhões no mesmo período de 2024), com volume físico também em queda de 21% (110,2 mil toneladas contra 140 mil toneladas em 2024).

No mercado interno, o segmento de reposição sofreu queda de 9,2%, com os pneus para veículos de passeio sendo os mais afetados (-8,5%), de acordo com a ANIP.

Em relação às exportações, os dados da Logcomex mostram que o Brasil conseguiu ampliar não apenas o valor dos embarques (19%), mas também o volume físico, com crescimento de 20% em kg líquido, alcançando 49,5 mil toneladas exportadas no primeiro trimestre. A quantidade de unidades exportadas também cresceu, com alta de 20,2%, atingindo 3,2 milhões de unidades.

De acordo com a Logcomex, a NCM 40111000 (pneumáticos para automóveis de passageiros) liderou as exportações com US$ 139,7 milhões. Os principais destinos foram Estados Unidos (US$ 98 milhões), Argentina (US$ 59 milhões) e México (US$ 32 milhões), enquanto São Paulo respondeu por 53% dos embarques (US$ 132,6 milhões). Do lado das importações, a China dominou com 50% do total (US$ 148,3 milhões), com Santa Catarina como principal estado importador (40%).

A configuração logística revela mudança estratégica: em 2025, o modal marítimo para exportações caiu de 81,92% para 76,38%, enquanto o rodoviário cresceu de 16,93% para 23,03% – sugerindo maior foco em mercados regionais, especialmente na América Latina.

Mesmo com a queda nas importações, a Anip manifesta preocupação com potencial redirecionamento de produtos asiáticos para o Brasil, devido às barreiras tarifárias impostas pelos EUA. Esse temor é justificado: caso os produtos asiáticos busquem o mercado brasileiro, a indústria nacional, que já enfrenta dificuldades para manter sua participação no mercado interno, poderá sofrer ainda mais pressão.

Com 21 fábricas gerando 32 mil empregos diretos e 500 mil indiretos, o mercado de pneus no Brasil está inserido em um contexto mais amplo do setor de borracha e plásticos, que deve gerar um valor agregado de US$ 6,72 bilhões neste ano, com uma taxa de crescimento anual composta de 1,23% até 2029, segundo o Statista. 

O setor de equipamentos outdoor, que inclui pneus para bicicletas, deve atingir uma receita de US$ 700,83 milhões em 2025, com um crescimento anual projetado de 7,19% até 2029. Já o mercado de motocicletas on-road no Brasil, que demanda pneus específicos, deve gerar uma receita de US$ 6,09 bilhões em 2025, com um crescimento anual de 8,24% até 2029.


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