Com 12% do valor FOB exportado, os Estados Unidos ocupam a segunda posição entre os destinos das exportações brasileiras. Ainda assim, a força do comércio exterior brasileiro está na sua capacidade de diversificar: tanto a cesta de produtos quanto os mercados compradores seguem amplos, o que fortalece a resiliência diante de tensões geopolíticas.
Segundo análises do BTG Pactual e da Fitch Ratings, produtos como ferro e aço, etanol, celulose, suco de laranja e motores elétricos estão entre os que mais sofrem influência das variações na demanda americana.
Levantamento da Logcomex mostra que, em 2024, os valores exportados por esses setores foram:
- Ferro e aço: US$ 4,93 bilhões
- Celulose: US$ 1,55 bilhão
- Etanol: US$ 637 milhões
- Suco de laranja: US$ 410 milhões
- Motores elétricos e partes: US$ 144 milhões
Esse grau de exposição torna esses segmentos especialmente vulneráveis a mudanças na política comercial dos EUA, flutuações cambiais e oscilações no consumo.
O etanol, por exemplo, tem grande participação de vendas voltadas ao mercado norte-americano, onde é usado como combustível alternativo e aditivo à gasolina. Já o suco de laranja e a celulose são tradicionais itens da pauta exportadora brasileira para os EUA, com pouco espaço para substituição imediata de mercados.
O alerta dos especialistas reforça a importância de estratégias de diversificação de destinos comerciais e de fortalecimento de acordos multilaterais. Para as empresas desses setores, a previsibilidade nas relações com os EUA pode ser fator determinante para estabilidade e crescimento.
Ao mesmo tempo, aumenta a pressão para o Brasil buscar ampliar sua presença em outros mercados, reduzindo riscos associados à concentração de parceiros comerciais.