O Brasil encerrou o terceiro trimestre de 2024 com novo recorde de exportações, mostram dados consolidados pela Logcomex. De janeiro a setembro, foram cerca de US$ 255,5 bilhões em cargas escoadas para outros países, um aumento de 4,4% em relação ao mesmo período do ano passado e recorde na série histórica.
No terceiro trimestre do ano, entre julho e setembro, foram enviados US$ 88,4 bilhões em mercadorias para o exterior, crescimento de 0,3% em relação ao mesmo intervalo de 2023.
Foi o terceiro trimestre consecutivo de aumento em exportações. O crescimento total de carregamentos enviados para outros países até este momento do ano compensou a queda média de -3,3% nos preços dos produtos exportados, aumentando em 0,8% o valor total das exportações.
Com o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro acima das expectativas, houve aumento também no valor total de importações brasileiras (+8%), que chegou a US$ 196,3 bilhões.
O saldo comercial caiu na comparação anual, mas ainda fechou em superávit, de US$ 59,12 bilhões (-17,4%). Já a corrente de comércio registrou aumento de 3,8%, atingindo US$ 451,8 bilhões.
No acumulado de janeiro a setembro de 2024, em comparação com igual período do ano passado, houve diferenças significativas nos resultados por setor.
O setor agropecuário observou queda de -8,4% no valor (FOB) de exportações, que somaram US$ 58,49 bilhões. A indústria extrativa, por outro lado, obteve alta de 10,6%, alcançando US$ 62,3 bilhões. Já a indústria da transformação registrou crescimento de 1,5% nas vendas externas, chegando a US$ 133,4 bilhões.
Os produtos mais exportados nos nove primeiros meses de 2024, por setor, em valor (FOB), foram:
Agropecuária
- Soja, mesmo triturada, exceto para semeadura (NCM 1201.90.00) – US$ 39,0 bi;
- Café não torrado, não descafeinado, em grão (NCM 0901.11.10) – US$ 7,6 bi;
- Milho em grão, exceto para semeadura (NCM 10059010) – US$ 5,0 bi;
- Algodão não cardado nem penteado, simplesmente debulhado (NCM 5201.00.20) – US$ 3,5 bi;
- Outros bovinos vivos (NCM 0102.29.90) – US$ 544 mi.
Indústria extrativa
- Óleos brutos de petróleo (NCM 2709.00.10) – US$ 34,7 bi;
- Minérios de ferro e seus concentrados, exceto as piritas de ferro ustuladas (cinzas de piritas), não aglomerados (NCM 2601.11.00) – US$ 20,7 bi;
- Minérios de ferro e seus concentrados, exceto as piritas de ferro ustuladas (cinzas de piritas), aglomerados por processo de peletização, de diâmetro superior ou igual a 8mm e inferior ou igual a 18mm (NCM 2601.12.10) – US$ 2,5 bi;
- Outros minérios de cobre e seus concentrados (NCM 2603.00.90) – US$ 2,0 bi;
- Sulfetos de minérios de cobre e seus concentrados (NCM 2603.00.10) – US$ 859 mi.
Indústria de transformação
- Outros açúcares de cana (NCM 1701.14.00) – US$ 11,8 bi;
- Carnes desossadas de bovino, congeladas (NCM 0202.30.00) – US$ 7,2 bi;
- Pastas químicas de madeira, à soda ou ao sulfato, exceto pastas para dissolução, semibranqueadas ou branqueadas, de não coníferas (NCM 4703.29.00) – US$ 7,0 bi;
- Fuel oil (NCM 2710.19.22) – US$ 5,8 bi;
- Bagaços e outros resíduos sólidos, da extração do óleo de soja (NCM 2304.00.90) – US$ 5,5 bi.
Os principais destinos das exportações brasileiras foram China (40% do valor exportado), Estados Unidos (15%) e Argentina (5%). Já as regiões em que o Brasil mais ampliou sua presença em comparação com o mesmo período do ano passado foram Oriente Médio (+23,5%) e África (+22,8%).