A China elevou o controle sobre a exportação de terras raras e ímãs permanentes, materiais críticos para setores estratégicos globais.
Em fevereiro de 2025, o Ministério do Comércio chinês anunciou restrições para tungstênio, telúrio, bismuto, índio e molibdênio, alegando proteção à segurança nacional.
Responsável por 70% da produção mundial de terras raras e por 90% do refinamento global, segundo o Serviço Geológico dos EUA, a China fortalece seu domínio sobre recursos essenciais para semicondutores, veículos elétricos e equipamentos militares.
O impacto já é perceptível no Brasil. Dados da Logcomex revelam queda de 45% nas importações brasileiras de ímãs permanentes chineses no primeiro trimestre de 2025, totalizando US$ 3,3 milhões. No segmento específico de terras raras, as importações caíram 41% em valor e 32% em volume em 2024.
São Paulo lidera as importações de ímãs (45%), seguido por Santa Catarina (23%). Já nas terras raras, o Ceará é o principal destino (57%), com Santos concentrando 83% das operações portuárias desses minerais.
As novas regulamentações, em consulta pública na China, propõem maior controle sobre cotas de mineração, fundição e separação dos minerais, além de fiscalização reforçada. A medida indica uma estratégia clara de Pequim para aumentar sua influência nas cadeias de suprimento tecnológicas globais.
Especialistas alertam que a dependência concentrada desses minerais representa riscos crescentes para a estabilidade econômica mundial, especialmente para indústrias de alta tecnologia e defesa. O Brasil, embora detenha a quarta maior reserva mundial de terras raras, ainda não desenvolveu capacidade de extração e processamento em larga escala.