China restringe exportação de terras raras e ímãs para os EUA

15 de abril de 2025

China restringe exportação de terras raras e ímãs para os EUA
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A escalada da guerra comercial entre China e Estados Unidos atingiu novo patamar com a imposição de restrições por Pequim à exportação de minerais raros e ímãs essenciais para setores estratégicos globais. Estes materiais, são fundamentais para a fabricação de semicondutores, motores elétricos e componentes militares.

Até 2024, a China era responsável por 70% da produção global de terras raras, de acordo com o Serviço Geológico dos EUA. Porém, diante de cenários incertos como a guerra comercial travada entre as duas potências econômicas, outros países como a Rússia, Brasil e Vietnã que também possuem depósitos de terras raras, tendem a explorá-los internamente ainda mais.

Em fevereiro de 2025, o Ministério do Comércio chinês anunciou controle reforçado sobre a exportação de tungstênio, telúrio, bismuto, índio e molibdênio, alegando necessidade de “salvaguardar interesses de segurança nacional”. Esta medida surge como resposta direta às tarifas adicionais aplicadas pelos EUA a produtos chineses, e representa uma significativa escalada na utilização de recursos naturais como instrumento de pressão diplomática.

Os materiais agora sob controle são vitais para tecnologias avançadas – desde painéis solares até componentes de artilharia militar. A restrição deixa em alerta para possível escassez global, afetando não apenas setores de defesa e tecnologia, mas também a indústria automotiva, especialmente fabricantes de veículos elétricos dependentes de ímãs especiais.

Especialistas alertam que a dependência excessiva de fontes concentradas destes minerais representa riscos crescentes para a segurança nacional de várias potências e para a estabilidade econômica mundial. Enquanto os EUA buscam diversificar fornecedores e desenvolver alternativas tecnológicas, a China reforça seu controle estratégico sobre estes recursos essenciais, numa clara demonstração de seu poder na cadeia global de suprimentos de alta tecnologia.

Apesar do domínio de grande parte do mercado de terras raras pela China,  os EUA ainda enviam seus minerais raros para o país asiático para processamento, refletindo em cerca de 70% das importações do país Norte Americano para o Asiático.

Em relação ao Brasil, dados exclusivos da Logcomex revelam que o país registrou queda de 45% nas importações de ímãs permanentes (NCM: 8505.1100) – utilizados na fabricação de motores, eletrodomésticos, eletrônicos, ferramentas, entre outros – advindos da China no primeiro trimestre de 2025, totalizando apenas US$ 3,3 milhões. São Paulo lidera as importações (45%), seguido por Santa Catarina (23%), com o Porto de Santos concentrando 46% das operações (US$ 1,5 milhão).


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