O governo federal lançou o programa Redata, que elimina impostos como IPI, PIS/Cofins e imposto de importação sobre equipamentos para data centers por cinco anos. A medida tem potencial de atrair R$ 2 trilhões em investimentos na próxima década, segundo o Ministério da Fazenda, que apresentou a proposta durante encontros com executivos de tecnologia nos Estados Unidos.
Segundo o secretário de Desenvolvimento Industrial do MDIC, 85% dos custos dos data centers são despesas de capital em tecnologia, itens tradicionalmente sujeitos à alta tributação no Brasil.
A iniciativa chega em momento oportuno, com as importações de tecnologias para data centers crescendo 11,9% em 2025, alcançando US$ 668 milhões, conforme dados da Logcomex. O NCM de Máquinas automáticas de processamento de dados (NCM 8471.19.00) lidera as importações com US$ 232,6 milhões, um crescimento de 160% em relação ao período anterior.
Os dados da Logcomex revelam que os EUA são os principais fornecedores dessas tecnologias ao Brasil, representando 36% das importações em 2025 (US$ 238,2 milhões), seguidos por Coreia do Sul (25%) e China (14%).
A política faz parte das 25 metas prioritárias da equipe econômica até o fim de 2025 e se alinha à reforma tributária. O Brasil busca maneiras de comportar estas tecnologias, uma vez que a competição pelo mercado de data centers devido à matriz energética limpa, estabilidade econômica e neutralidade diplomática está cada vez maior.
No Congresso, o governo articula a aprovação do PL 3018/2024, que estabelece um Marco Legal para data centers. México, Chile e Índia são apontados como principais concorrentes do Brasil neste setor.