A relação econômica entre Brasil e China ganha novo contorno com a intensificação dos investimentos chineses no país, que somam R$ 27 bilhões, e com o aumento expressivo nas importações de produtos oriundos do gigante asiático. Dados recentes indicam que, entre janeiro e abril, o valor e o volume dessas importações tiveram alta significativa, evidenciando um fortalecimento da parceria bilateral – especialmente no setor automotivo.
As importações de produtos chineses, avaliadas em valor FOB, saltaram de US$ 18,78 bilhões no período de janeiro a abril de 2024, para US$ 24,06 bilhões em 2025 – um aumento de 28,1%, segundo a Logcomex. Em termos de volume, os números também revelam uma expansão expressiva, passando de 6,89 milhões de toneladas em 2024 para 8,99 milhões de toneladas em 2025, o que corresponde a um acréscimo de 30,7%. Esses dados não apenas atestam o dinamismo do comércio exterior, mas também apontam para a diversificação dos produtos importados e para o fortalecimento de cadeias produtivas.
No âmbito dos investimentos, os anunciados R$ 27 bilhões destinados a diversos setores estratégicos – incluindo a produção de combustível de aviação, a indústria automobilística e até a fabricação de carros – demonstram a confiança dos investidores chineses na economia brasileira. Essa injeção financeira pretende não só ampliar a capacidade produtiva, mas também modernizar setores que compõem a cadeia de valor, com especial ênfase no automotivo.
Dados da Logcomex apontam que, de janeiro a abril de 2025, as importações de peças e acessórios automotivos vindas da China alcançaram um valor FOB de US$ 698 milhões, o que representa um crescimento de 8,8% em relação ao mesmo período do ano anterior. Dentre os principais NCMs importados, destacam-se os amortecedores de suspensão (NCM 8708.80.00), com US$ 65,9 milhões, 42% a mais que no primeiro quadrimestre de 2024. Além disso, freios (NCM 8708.30.90) e partes para motores (NCM 8409.91.90) obtiveram aumentos no FOB importados de 20% e 38%, respectivamente.
O aumento dos índices de importação reflete uma demanda crescente por produtos chineses que vão desde componentes essenciais para a montagem de veículos até soluções tecnológicas que elevam o nível de automação e eficiência nas linhas de produção. Essa sinergia entre aportes financeiros e o incremento do fluxo de importados reforça a ideia de que o país asiático não apenas expande sua presença no mercado brasileiro, mas também impulsiona a competitividade do setor automotivo – um setor que já vem apresentando inovação e adaptação para corresponder aos padrões internacionais.