Guerra das tarifas redireciona fluxo de importações automotivas para o Brasil

8 de maio de 2025

Guerra das tarifas redireciona fluxo de importações automotivas para o Brasil
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A escalada da guerra comercial entre Estados Unidos e outras potências, especialmente a China, está reconfigurando o fluxo global de veículos importados, com o Brasil despontando como destino alternativo para automóveis originalmente direcionados ao mercado norte-americano. Segundo a Logcomex, os dados do primeiro trimestre de 2025 apontam uma redução geral de 10,7% nas importações brasileiras de veículos em valor FOB (de US$ 2,47 bilhões em 2024 para US$ 2,21 bilhões). 

Apesar disso, o mercado apresenta sinais de aquecimento em segmentos específicos. Os números de emplacamentos do primeiro trimestre corroboram essa tendência. Segundo a Associação Brasileira das Empresas Importadoras e Fabricantes de Veículos Automotores (Abeifa), as vendas de carros importados atingiram 27.400 unidades, representando um expressivo crescimento de 33,9% em relação ao mesmo período do ano anterior. Quando somados aos veículos produzidos no Brasil pelas empresas associadas, os emplacamentos alcançaram 27.700 unidades, um avanço de 32,8% na mesma base de comparação.

De acordo com os dados da Logcomex, a Argentina lidera como principal exportador para o Brasil, representando 45% do valor FOB no primeiro trimestre de 2025, com US$ 1 bilhão. China aparece em segundo lugar com 16% (US$ 362,47 milhões), seguida por México com 8% (US$ 174,12 milhões) e Alemanha com 6% (US$ 128,84 milhões).

Por categoria de veículo, destaca-se o crescimento de 173% nas importações de automóveis com motor explosão de cilindrada não superior a 1.000 cm³ (NCM 8703.21.00), atingindo US$ 136,16 milhões no primeiro trimestre de 2025, contra US$ 49,93 milhões no mesmo período de 2024. Em contrapartida, outros veículos equipados para propulsão simultaneamente com motor de pistão alternativo e motor elétrico tiveram queda de 75%, passando de US$ 417,03 milhões para US$ 104,77 milhões.

Mesmo com o dólar estável em um patamar elevado no Brasil (entre R$ 5,70 e R$ 5,90 nos últimos meses), as montadoras importadoras estão absorvendo parte desses custos para manter a competitividade.

Para 2025, a Abeifa projeta um crescimento entre 10% e 12% para o setor de veículos importados, mantendo o otimismo apesar das incertezas. O primeiro trimestre superou as expectativas, mas o segundo semestre deverá refletir os impactos do cenário macroeconômico.


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