O Brasil se encontra livre da doença em aves comerciais e intensifica as negociações para flexibilizar as restrições impostas por países importadores.
Dados da Logcomex mostram o perfil das exportações brasileiras de frango em 2025, com aumento no valor FOB. A análise dos dados fornecidos pela Logcomex revelam a evolução do FOB nas exportações brasileiras de frango entre os quadrimestres dos anos de 2023, 2024 e 2025. Em 2023, o setor havia registrado um valor FOB total de US$3,4 bilhões, seguido por uma queda discreta em 2024, quando o valor atingiu US$3,01 bilhões.
No início de 2025 apresentou discreto aumento nas exportações. Nos primeiros quatro meses do ano, o valor FOB totalizou US$3,47 bilhões.
A distribuição mensal dos valores FOB também evidencia uma reconfiguração substancial no desempenho do setor exportador. Em janeiro de 2025, as exportações atingiram US$847,5 milhões, enquanto o mesmo mês em 2024 havia registrado US$679,6 milhões e, em 2023, US$817,4 milhões.
Fevereiro de 2025 alcançou US$734,2 milhões, contra US$703,1 milhões em 2024 e US$865 milhões em 2023. Março registrou valor das exportações de US$978,8 milhões em 2025, US$743,5 milhões em 2024 e US$883 milhões em 2023. Já abril de 2025 registrou US$834,9 milhões exportados. No mesmo mês em 2024, o valor registrado foi de US$879,6 milhões e em 2023–US$883 milhões.
A principal NCM exportada no primeiro quadrimestre de 2025 refere-se a peitos desossados de galinha, comestíveis, desossados (NCM 02071422), com valor FOB registrado de US$887,2 milhões.
As exportações de carnes de galos/galinhas, não cortadas em pedaços, congeladas, sem miudezas (NCM 02071220) registraram valor FOB de US$634 milhões no período analisado.
Já as coxas com sobrecoxas desossadas de galinha, comestíveis, congeladas (NCM 02071423), apresentaram FOB de US$422,4 milhões.
Completam o ranking das principais NCMs exportadas no primeiro quadrimestre de 2025 – asas não desossadas de galinha, comestíveis, congelados (NCM 02071413) com FOB de US$336,6 milhões e a NCM 02071434 referente a pés e patas de galinha, comestíveis, congelados com valor exportado registrado em US$199,8 milhões.
Reabertura de mercado
O presidente da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), Ricardo Santin, realizou na quinta-feira (5/6) a primeira agenda presencial em Bruxelas, Bélgica, focada exclusivamente na reabertura dos mercados. A reunião, que contou com a participação do embaixador Pedro Miguel e empresas importadoras, representa o movimento coordenado da indústria para retomar o pleno comércio exterior de proteína animal.
O executivo destacou que o Brasil solicita aos importadores a redução das restrições para um raio de 10 quilômetros, critério preconizado pela Organização Mundial de Saúde Animal (OMSA), especialmente após mais de 10 dias do controle do foco.
O caso foi confirmado em 15 de maio em um matrizeiro de aves na Região Metropolitana de Porto Alegre. No dia 21, o Brasil informou a OMSA sobre a contenção da doença, iniciando a contagem do prazo de 28 dias para que o país possa se autodeclarar livre da influenza aviária novamente, caso nenhum novo caso seja detectado.
Segundo informações da ABPA divulgadas em 3 de junho, o Brasil mantém mais de 120 mercados abertos para exportação de proteína animal. Mercados relevantes como Japão, Reino Unido, Hong Kong, Emirados Árabes Unidos, Arábia Saudita, Singapura, Vietnã e Egito aplicaram critérios de regionalização, limitando embargos às regiões afetadas.
A estratégia de negociação inclui demonstrar o impacto econômico do fechamento total das exportações nos países compradores. Na África do Sul, alguns produtos já custam três vezes mais em comparação ao período anterior ao embargo, informou o dirigente da ABPA.