Setores ameaçados: as tarifas dos EUA e a resposta da indústria brasileira

Este relatório apresenta uma análise do impacto das novas tarifas norte-americanas sobre o setor produtivo brasileiro, destacando o efeito direto para as exportações, a reciprocidade aprovada pelo Congresso e as estratégias de contenção para as empresas nacionais.

As novas tarifas dos Estados Unidos, com alíquota de 50% sobre todas as exportações brasileiras a partir de 1º de agosto de 2025, ampliam os desafios para empresas do Brasil manterem competitividade em seu segundo maior mercado externo. 

Confira nossos reports exclusivos sobre o tema:

Tarifa de 50%: reciprocidade e possível retaliação brasileira

Além da ameaça às exportações, o Congresso brasileiro regulamentou a Lei da Reciprocidade, autorizando resposta simétrica a barreiras unilaterais. Até o momento, o governo brasileiro mantém o diálogo e não ativou contramedidas automáticas. Ou seja:

  • As novas tarifas afetam diretamente as exportações brasileiras para os EUA a partir de 1º de agosto.
  • As importações brasileiras de produtos dos EUA só sofrerão impacto caso o Brasil decida retaliar.
  • Essa medida dos EUA é vista como retaliação política, sendo alvo de forte crítica do mercado e do setor produtivo.

Importações brasileiras dos EUA: possíveis desdobramentos

A reciprocidade e as incertezas podem afetar as importações do Brasil em caso de retaliação.

  • Importações brasileiras dos EUA (2024): US$ 40,6 bilhões (15,5% do total nacional).
  • Movimentação 1º semestre de 2025
    (Dados do Shipment Intel, da Logcomex, referentes às importações dos EUA):
    • Embarques marítimos: 67 mil (+3,3%);
    • TEUs: 167 mil (-1,2%);
    • Valor: US$ 21,7 bilhões (+11,4%).

Setores que podem ter maior impacto

  • Setores apontados apresentam dificuldade de rápida substituição de fornecedores, por barreiras técnicas e regulatórias.
  • Com apoio de soluções de inteligência como o NCM Intel, empresas podem levantar fornecedores globais alternativos e planejar a contenção dos efeitos da guerra tarifária.

Dinâmica do poder comercial e tendências

  • Os EUA concentram 80% das exportações mexicanas e 76% das canadenses em seu mercado.
  • Apenas 6–7% das vendas americanas vão para esses blocos, conferindo poder de barganha aos EUA, mas também resultando em pressão interna sobre empresas e consumidores.

Mobilização do governo brasileiro

Desde o anúncio das tarifas, o governo mantém diálogo com os EUA, defendendo a relação histórica de comércio e a desproporcionalidade da medida, frente à tarifa média brasileira de 2,7% para produtos americanos.

Estratégias para o segundo semestre de 2025

  • Exportadores precisam diversificar mercados-alvo, mirando China e Índia, membros do BRICS, além de União Europeia e Mercosul.
  • Setores dependentes devem investir em ferramentas de inteligência comercial (NCM Intel) para avaliar alternativas.
  • Adaptações logísticas como consolidação de cargas, revisão de estoques e rotas alternativas ajudam a mitigar riscos e custos.

Resumo

O impacto das tarifas incidirá prioritariamente sobre as exportações brasileiras para os EUA, afetando especialmente o agronegócio e a siderurgia. 

A reciprocidade brasileira depende agora de decisão governamental e ação coordenada será fundamental para garantir resiliência e competitividade do Brasil no novo cenário global.


Compartilhe

Assine nossa newsletter

Receba as novidades e promoções exclusivas, fique tranquilo o seu email está seguro com a gente!