O recrudescimento das hostilidades entre Israel e Irã transformou o Estreito de Ormuz em epicentro de preocupações para o comércio global.
Este “choke point” estratégico, por onde transitam mais de 17 milhões de barris de petróleo diariamente, tornou-se peça-chave no xadrez geopolítico da região após os recentes ataques israelenses às refinarias e infraestruturas energéticas iranianas.
Analistas de mercado alertam que a ameaça iraniana de bloquear o estreito em retaliação poderia desencadear uma crise logística de proporções significativas.
Conforme avaliação da Sea-Intelligence Maritime Analysis, mesmo com apenas 2-3% do tráfego global de contêineres passando pela região, qualquer restrição à navegação reduziria drasticamente a tonelagem disponível, tornando a capacidade de transporte já instalada na área virtualmente inutilizável.
As consequências imediatas incluiriam elevação dos fretes marítimos, extensão dos tempos de trânsito e possível fechamento ou redução das operações em portos estratégicos como Jebel Ali e Abu Dhabi.
Os preços do combustível de bunker também sofreriam alta devido aos prêmios de risco e rotas alternativas mais longas.
Um bloqueio afetaria interesses de potências como China, Rússia e Estados Unidos, potencialmente atraindo estas nações para uma mediação do conflito.
A China, particularmente dependente do petróleo iraniano, enfrenta o dilema entre apoiar Teerã e arriscar sanções ocidentais ou permanecer inerte e comprometer sua segurança energética.