A transição energética para fontes renováveis é uma realidade que impõe uma série de desafios ao setor de óleo e gás de todo o mundo.
Na contramão dessa tendência, o Brasil tem ampliado a produção e a exportação de petróleo, ao passo que diminui a importação de derivados.
Nesse cenário, uma das principais distribuidoras de combustíveis do país tem equilibrado seus investimentos em fontes de energia fósseis e renováveis.
Ao mesmo tempo em que reforça sua infraestrutura e ampliação de uma fábrica de lubrificantes e, ao mesmo tempo, foca em frentes de desenvolvimento de combustível sustentável de aviação (SAF), hidrogênio, biometano e energia fotovoltaica.
“A transição energética só vai acontecer a partir do crescimento e da geração de valor no nosso negócio fóssil enquanto ele existir“, diz, em entrevista ao jornal O Globo, Ernesto Pousada, CEO da Vibra.
Segundo ele, como o Brasil ainda deve crescer bastante em energia fóssil, a maior parte dos investimentos continuará a ser direcionada para o modelo atual, e a transição “acontecerá gradualmente”.
Brasil aumenta produção e exportação de petróleo e derivados
De acordo com dados da Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis, o país vem aumentando o saldo de sua chamada “conta-petróleo” (diferença entre exportações e importações de petróleo, derivados e gás natural), que chegou a US$ 16,4 bilhões no primeiro semestre deste ano.
Para se ter uma ideia, houve um crescimento de 32,7% na comparação com o mesmo período de 2023. Em todo o ano passado, esse saldo chegou a US$ 24,7 bilhões.
De acordo com a ANP, o resultado dos seis primeiros meses de 2024 advém do aumento em 32,4% na exportação de petróleo bruto, mas também da redução em -8,6% na importação de derivados e do aumento de 9,8% na exportação de derivados.
Conforme dados da Logcomex, considerando o período de janeiro a agosto, o volume total exportado de petróleo bruto chegou a 62,7 milhões de toneladas, alta de 20,2% em relação ao mesmo período do ano passado.
O valor FOB chegou US$ 31,6 bilhões nos oito primeiros meses do ano, avanço de 21,1% na comparação com 2023.