Os portos da Região Sul do Brasil registraram o maior crescimento dos últimos dez anos em 2025, consolidando-se como importantes hubs logísticos para a exportação de commodities agrícolas e importação de insumos estratégicos. Segundo dados divulgados pelo Ministério de Portos e Aeroportos e compilados pela Logcomex, o desempenho foi impulsionado principalmente pelo setor de proteína animal, com destaque para as carnes bovinas.
As carnes desossadas de bovino congeladas (NCM 02023000) lideram o ranking de crescimento entre os principais produtos exportados, de janeiro a abril de 2025, com avanço de 62% em valor FOB e 47% em volume, em comparação com o mesmo período do ano passado, totalizando US$ 1,46 bilhão e 299,9 mil toneladas, respectivamente.
Outro produto com desempenho positivo foi a carne suína congelada (NCM 02032900), que registrou crescimento de 17% em valor FOB, atingindo US$ 736,4 milhões, e 8% em volume, com 294,8 mil toneladas. O tabaco não manufaturado (NCM 24012030) também apresentou resultado favorável, com aumento de 9% em valor, embora tenha registrado queda de 7% em volume.
Por outro lado, produtos tradicionais do agronegócio brasileiro enfrentaram desafios. A soja (NCM 12019000), mesmo ocupando a primeira posição em valor absoluto com US$ 3,25 bilhões, apresentou retração de 16% em valor e 5% em volume comparado ao período anterior. De modo similar, os bagaços e resíduos da extração do óleo de soja (NCM 23040090) sofreram queda de 17% em valor, apesar do crescimento de 7% em quantidade exportada.
No setor energético, os óleos brutos de petróleo (NCM 27090010) registraram a maior queda entre os principais produtos importados, com redução de 22% em valor e 17% em volume no primeiro quadrimestre de 2025 em relação ao mesmo período do ano anterior. Em contraponto, o óleo diesel (NCM 27101921) se destacou positivamente com aumento de 9% em valor e expressivos 25% em volume, totalizando US$ 535,3 milhões e 834,1 mil toneladas.
Os insumos para o setor agrícola também apresentaram bom desempenho dentre itens importados, com destaque para a ureia (NCM 31021010), que cresceu 11% em valor e 1% em volume. Os cloretos de potássio (NCM 31042090), fundamentais para a produção de fertilizantes, registraram alta de 6% em valor e 2% em quantidade.