Ampliação da infraestrutura do Porto de Santos fortalece posição do Brasil no mercado global

29 de maio de 2025

Ampliação da infraestrutura do Porto de Santos fortalece posição do Brasil no mercado global
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A expansão do Porto de Santos representa um divisor de águas para o comércio exterior brasileiro, configurando-se como elemento estratégico para ampliar a competitividade do país nos mercados internacionais, segundo avaliação de especialistas do setor portuário. 

O projeto de ampliação, alinhado às melhores práticas de gerenciamento, está transformando a capacidade logística do principal ponto de escoamento da produção nacional.

Em janeiro de 2024, o índice de navios com atrasos ou alteração de escala chegou a 85%. Em abril, 58% dos navios que atracaram no terminal sofreram atrasos ou mudanças de escala, com o maior tempo de espera chegando a 31 dias.

O pico de atrasos, porém, ocorreu em agosto de 2024, com alta de 86% nas embarcações impactadas. Em setembro, a taxa permaneceu em 84%, com uma mediana de 12 dias de espera por navio.

O Porto de Santos, que atualmente opera com nove terminais especializados em cargas conteinerizadas passa por um processo de modernização que promete revolucionar o escoamento de commodities agrícolas e produtos industrializados do país. 

Conforme destacado por Maurício Landwoigt de Oliveira, professor do Centro Universitário Facex (UNIFACEX) e especialista em Gerenciamento de Projetos, em entrevista publicada em 28 de maio de 2025 pelo Portal do Agronegócio, o projeto de expansão segue rigorosamente as diretrizes do Guia PMI, priorizando análise profissional do negócio e gestão da realização de benefícios.

A modernização constante dos terminais, orientada por práticas de Innovation Project Management, tem elevado significativamente a eficiência operacional do complexo portuário. Este aspecto é crucial para fortalecer a posição do Brasil nas principais rotas comerciais internacionais, onde o Porto de Santos funciona como elo vital para as exportações destinadas a mercados estratégicos como China, União Europeia e Estados Unidos.

Dados apresentados pelo especialista apontam que o Porto de Santos é responsável pelo escoamento de produtos-chave da pauta exportadora brasileira, incluindo soja, açúcar, café e carnes. Na direção inversa, o complexo portuário recebe importantes insumos como fertilizantes, máquinas e produtos químicos, principalmente provenientes da Rússia, Alemanha e China, fortalecendo cadeias produtivas nacionais.

De acordo com a Logcomex, o volume de importações através do terminal santista cresceu 11,7% no primeiro quadrimestre de 2025, atingindo US$24,64 bilhões, em comparação com US$22,06 bilhões no mesmo período de 2024. Além disso, ele foi o porto de destino de 30% das importações de janeiro a abril deste ano, destacando-se acima do Rio de Janeiro que respondeu apenas por 9%.

A China liderou como principal origem das importações que chegaram pelo Porto de Santos, com US$7,25 bilhões no primeiro quadrimestre de 2025, o que corresponde a 34% do total importado. Na sequência aparecem os Estados Unidos (US$3,22 bilhões, 15%), Alemanha (US$1,7 bilhão, 8%), Japão (US$1,07 bilhão, 5%) e  Índia (US$1,1 bilhão, 5%).

No setor de exportações, os números indicam uma estabilidade com leve crescimento. O valor FOB das exportações no primeiro quadrimestre de 2025 alcançou US$33,58 bilhões, representando um aumento de 1,2% em relação aos US$33,18 bilhões registrados no mesmo período do ano anterior.

As exportações brasileiras via Porto de Santos para a China alcançaram US$9,47 bilhões no primeiro quadrimestre de 2025, representando 28% do total exportado. Em seguida aparecem os Estados Unidos (US$4,43 bilhões, 13%), Países Baixos/Holanda (US$1,29 bilhão, 4%), Alemanha (US$964,6 milhões, 3%), Argentina (US$1,1 bilhão, 3%).

Em relação às outras unidades de desembaraço aduaneiro (URFs), o Porto de Santos respondeu por 31% das exportações no período, enquanto Paranaguá respondeu por apenas 8%.  

A infraestrutura robusta e especializada do porto tem se mostrado fundamental para sustentar o crescimento do comércio exterior brasileiro, especialmente no setor do agronegócio, que depende criticamente da eficiência logística para manter sua competitividade global.


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