A expansão do Porto de Santos representa um divisor de águas para o comércio exterior brasileiro, configurando-se como elemento estratégico para ampliar a competitividade do país nos mercados internacionais, segundo avaliação de especialistas do setor portuário.
O projeto de ampliação, alinhado às melhores práticas de gerenciamento, está transformando a capacidade logística do principal ponto de escoamento da produção nacional.
Em janeiro de 2024, o índice de navios com atrasos ou alteração de escala chegou a 85%. Em abril, 58% dos navios que atracaram no terminal sofreram atrasos ou mudanças de escala, com o maior tempo de espera chegando a 31 dias.
O pico de atrasos, porém, ocorreu em agosto de 2024, com alta de 86% nas embarcações impactadas. Em setembro, a taxa permaneceu em 84%, com uma mediana de 12 dias de espera por navio.
O Porto de Santos, que atualmente opera com nove terminais especializados em cargas conteinerizadas passa por um processo de modernização que promete revolucionar o escoamento de commodities agrícolas e produtos industrializados do país.
Conforme destacado por Maurício Landwoigt de Oliveira, professor do Centro Universitário Facex (UNIFACEX) e especialista em Gerenciamento de Projetos, em entrevista publicada em 28 de maio de 2025 pelo Portal do Agronegócio, o projeto de expansão segue rigorosamente as diretrizes do Guia PMI, priorizando análise profissional do negócio e gestão da realização de benefícios.
A modernização constante dos terminais, orientada por práticas de Innovation Project Management, tem elevado significativamente a eficiência operacional do complexo portuário. Este aspecto é crucial para fortalecer a posição do Brasil nas principais rotas comerciais internacionais, onde o Porto de Santos funciona como elo vital para as exportações destinadas a mercados estratégicos como China, União Europeia e Estados Unidos.
Dados apresentados pelo especialista apontam que o Porto de Santos é responsável pelo escoamento de produtos-chave da pauta exportadora brasileira, incluindo soja, açúcar, café e carnes. Na direção inversa, o complexo portuário recebe importantes insumos como fertilizantes, máquinas e produtos químicos, principalmente provenientes da Rússia, Alemanha e China, fortalecendo cadeias produtivas nacionais.
De acordo com a Logcomex, o volume de importações através do terminal santista cresceu 11,7% no primeiro quadrimestre de 2025, atingindo US$24,64 bilhões, em comparação com US$22,06 bilhões no mesmo período de 2024. Além disso, ele foi o porto de destino de 30% das importações de janeiro a abril deste ano, destacando-se acima do Rio de Janeiro que respondeu apenas por 9%.
A China liderou como principal origem das importações que chegaram pelo Porto de Santos, com US$7,25 bilhões no primeiro quadrimestre de 2025, o que corresponde a 34% do total importado. Na sequência aparecem os Estados Unidos (US$3,22 bilhões, 15%), Alemanha (US$1,7 bilhão, 8%), Japão (US$1,07 bilhão, 5%) e Índia (US$1,1 bilhão, 5%).
No setor de exportações, os números indicam uma estabilidade com leve crescimento. O valor FOB das exportações no primeiro quadrimestre de 2025 alcançou US$33,58 bilhões, representando um aumento de 1,2% em relação aos US$33,18 bilhões registrados no mesmo período do ano anterior.
As exportações brasileiras via Porto de Santos para a China alcançaram US$9,47 bilhões no primeiro quadrimestre de 2025, representando 28% do total exportado. Em seguida aparecem os Estados Unidos (US$4,43 bilhões, 13%), Países Baixos/Holanda (US$1,29 bilhão, 4%), Alemanha (US$964,6 milhões, 3%), Argentina (US$1,1 bilhão, 3%).
Em relação às outras unidades de desembaraço aduaneiro (URFs), o Porto de Santos respondeu por 31% das exportações no período, enquanto Paranaguá respondeu por apenas 8%.
A infraestrutura robusta e especializada do porto tem se mostrado fundamental para sustentar o crescimento do comércio exterior brasileiro, especialmente no setor do agronegócio, que depende criticamente da eficiência logística para manter sua competitividade global.