O setor siderúrgico global atravessa uma fase de desafios, marcada por tensões comerciais e oscilações de preços das matérias-primas. Recentemente, siderúrgicas dos Estados Unidos solicitaram um aumento das tarifas sobre o aço brasileiro, alegando práticas de dumping que prejudicam a competitividade local.
O Brasil, um dos principais exportadores de aço e minério de ferro, enfrenta essas barreiras comerciais, especialmente com os EUA, seu maior mercado, com aproximadamente 80% do share, segundo a Logcomex.
No entanto, o setor siderúrgico nacional ainda depende de importações estratégicas de insumos e de avanços tecnológicos para manter a produção competitiva globalmente.
Metais básicos mais exportados pelo Brasil
Dentre os metais básicos mais exportados pelo Brasil em 2024, o destaque, segundo a Logcomex, fica com os semimanufaturados de ferro ou aço (NCM 7207.12.00), que ao longo do ano acumulou um valor FOB de US$ 2,32 bilhões.
Este valor, entretanto, é 24% menor do que o acumulado no mesmo período no ano de 2023. O ponto positivo fica para o mês de Julho, que viu uma exportação total de US$ 612 milhões, um valor 124% maior do que o mês de Junho.
Além disso, o preço do minério de ferro, crucial para o setor, tem registrado alta devido à oferta reduzida e ao crescimento nas exportações.
Desafios
A China, maior consumidora global, tem enfrentado baixa demanda interna, enquanto seus estoques de aço diminuem há semanas, refletindo os desafios globais enfrentados pelas siderúrgicas.
Mesmo assim, o Brasil continua desempenhando um papel vital como fornecedor, ainda que a recuperação econômica mundial incerta mantenha o setor em constante oscilação.
As importações de produtos da divisão ISIC de metais básicos, até Julho de 2024, acumularam um valor FOB de US$ 3,92 bilhões.
Este aumento, segundo a Logcomex, é de 22,9% em relação aos mesmos meses de 2023. A China, mencionada anteriormente, é responsável por 28% dos produtos importados.
Oportunidades
A oportunidade, ainda de acordo com a Logcomex, surge no Chile. O país sulamericano importou 20% de metais para o Brasil, surgindo como alternativa para uma rota mais curta e de certa forma mais vantajosa.
Essa combinação de barreiras comerciais, como as tarifas solicitadas pelos EUA, e volatilidade no mercado de insumos coloca pressão adicional sobre o setor siderúrgico brasileiro.
O país, que é competitivo na produção de minério de ferro, precisa lidar com as incertezas globais ao mesmo tempo em que busca novas oportunidades comerciais em mercados alternativos.
Essa conjuntura revela o papel essencial do Brasil no cenário siderúrgico global, mas também evidencia as complexidades do mercado, com oscilações nos preços e desafios regulatórios, moldando o futuro do setor.