O setor de máquinas e equipamentos brasileiro iniciou 2025 com sinais mistos no comércio exterior. Enquanto as importações cresceram, as exportações apresentaram uma leve retração. Os dados, levantados pela Logcomex e pela Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq), revelam as nuances de um mercado estratégico para a indústria nacional.
De acordo com a Abimaq, somente no primeiro bimestre de 2025, o cenário do segmento já mostrou perspectiva de retomada gradual da receita total e dos investimentos, apesar da discreta queda nas exportações e do aumento das importações.
Além disso, a receita de vendas da indústria de máquinas e equipamentos atingiu R$ 43,3 bilhões nos dois primeiros meses do ano, 16,9% acima do registrado no mesmo período de 2024.

Segundo a Logcomex, as importações de máquinas e equipamentos somaram US$ 7 bilhões no primeiro trimestre de 2025 — um crescimento de 11% em relação ao mesmo período do ano anterior.
Entre os itens mais importados, destaque para as “outras unidades de ar condicionado” (NCM 8415.90.90), que registraram aumento de 43% e movimentaram US$ 257 milhões.
A China manteve sua posição de principal parceira comercial do Brasil nesse segmento, respondendo por 41% do total importado (US$2,7 bilhões), seguida pelos Estados Unidos, com 15% (US$1 bilhão). No cenário interno, São Paulo liderou as compras externas, concentrando 37% das operações (US$ 2,6 bilhões).
Na outra ponta, as exportações do setor recuaram 7% no comparativo anual, alcançando US$ 2,2 bilhões no primeiro trimestre.
Apesar da discreta retração, alguns nichos demonstraram fôlego. É o caso das partes de outras máquinas e aparelhos para colheita, debulha, etc. (NCM 8433.90.90), que tiveram alta de 90% e movimentaram US$ 63,5 milhões no período.
Os Estados Unidos se mantiveram como principal destino das exportações brasileiras de máquinas e equipamentos, com US$ 506 milhões (23%), seguidos pela Argentina, que absorveu US$ 336,5 milhões (15%). Assim como nas importações, o estado de São Paulo se destacou, respondendo por mais da metade das vendas externas do setor (US$ 1,2 bilhão, ou 54%).
As projeções para o setor são otimistas. Segundo a Statista, a expectativa é que o valor agregado da indústria de máquinas e equipamentos no Brasil atinja US$ 9,42 bilhões em 2025, com um crescimento médio de 1,23% ao ano até 2029. A produção total estimada para este ano é de US$ 34,51 bilhões.
Dois segmentos merecem atenção: o de máquinas-ferramenta, com previsão de receita próxima a US$ 6 bilhões, e o de máquinas para uso industrial específico, que deve movimentar cerca de US$ 3,18 bilhões ao longo de 2025.
Já o setor de equipamentos de saúde, ainda que represente uma fatia menor do mercado, vem registrando marcos históricos: em 2023, as exportações desse nicho somaram US$ 229,33 milhões — o maior valor da última década — com destaque para os Estados Unidos, México e Argentina.