O setor mineral mostrou força em 2024. Com R$ 270,8 bilhões em produção (+9,1% vs. 2023), a mineração foi responsável por 47% do saldo positivo da balança comercial, segundo o IBRAM. Foram 400 milhões de toneladas exportadas, gerando US$ 43,4 bilhões — com destaque para o minério de ferro, que respondeu por 68,7% da receita.
Apesar de desafios como a volatilidade de preços e aumento de custos (como a TRFM), o setor aumentou a arrecadação e o número de empregos. A projeção de investimentos para 2025-2029 subiu para US$ 68,4 bilhões, com foco em minério de ferro, sustentabilidade e logística. Minas Gerais, Pará e Bahia lideram na captação.
Apesar disso, segundo dados da Logcomex, as exportações da extração de minerais metálicos caíram 26% em valor FOB, somando US$ 4,54 bilhões (vs. US$ 6,16 bi em 2024).
Entre as NCMs, o minério de ferro (26011100) lidera com FOB de US$ 3,5 bi, mas teve queda de 28% no valor exportado. Já os minérios de manganês (26020090) surpreenderam, com crescimento de 189% em valor FOB e 310% em volume, puxando positivamente o desempenho do subsetor.
A exportação continua amplamente marítima (98,7% do FOB em 2025), e o principal ponto de saída é o IRF São Luís, no Maranhão, com 43% do total. A China continua como maior destino (US$ 2,77 bi), seguida por Malásia e Omã.
O veto presidencial à retirada do imposto seletivo sobre exportações preocupa o setor. Segundo o IBRAM, a medida contradiz o Congresso e prejudica a competitividade global: “O Brasil pode se tornar o único país a tributar minérios com o imposto seletivo”, alerta Raul Jungmann, presidente da entidade.
A expectativa para 2025 e 2026 é de estabilidade, com a recuperação econômica global, estímulos da China ao crescimento e tensões geopolíticas impulsionando commodities como ouro e cobre.