Mineração brasileira sustenta superávit comercial com saldo de US$ 7,6 bilhões

12 de maio de 2025

Mineração brasileira sustenta superávit comercial com saldo de US$ 7,6 bilhões
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No primeiro trimestre de 2025, a diferença entre exportações e importações de minérios (saldo de US$ 7,68 bilhões) foi equivalente a 77% do saldo da balança comercial brasileira (US$ 9,98 bilhões). Em todo o ano de 2024, essa parcela havia sido de 47%, segundo a Agência Brasil.

Segundo o Instituto Brasileiro de Mineração (Ibram), a influência positiva na balança comercial ocorre mesmo diante de um decréscimo de 13% nas exportações de minérios, em dólar, no primeiro trimestre de 2025, na comparação com o mesmo período do ano passado. A queda foi causada pela variação dos preços internacionais de minério de ferro, que é o carro-chefe das exportações brasileiras de minérios.

As exportações brasileiras de minérios totalizaram US$ 7,08 bilhões no primeiro trimestre de 2025, uma queda de 20% em relação ao mesmo período de 2024, quando o valor atingiu US$ 8,88 bilhões. Apesar da retração em valores, o volume físico exportado manteve-se estável, com crescimento de 1% no período, alcançando 86,23 milhões de toneladas, conforme dados da Logcomex.

A China continua sendo o principal destino das exportações brasileiras de minérios, absorvendo 60% do valor total exportado no período. Entre os demais compradores importantes estão Malásia (4%), Omã (4%), Países Baixos (3%), Barein (3%) e Coreia do Sul (3%), segundo os dados da Logcomex para o primeiro trimestre de 2025.

Em termos de origem das exportações brasileiras, os estados do Pará e Minas Gerais se mantêm como os principais exportadores, respondendo juntos por 80% do valor total. 

No que se refere às importações brasileiras de minérios, o valor total alcançou US$103,15 milhões no primeiro trimestre de 2025, representando uma redução de 28% em comparação ao mesmo período de 2024, quando o montante foi de US$ 143,06 milhões. O volume importado também registrou queda expressiva, de 51%, totalizando 24,46 milhões de toneladas.

O Chile destaca-se como o principal fornecedor de minérios para o Brasil, respondendo por 70% do valor total das importações no período. Na sequência aparecem Peru (12%), África do Sul (7%), Países Baixos (3%) e México (3%), conforme os dados da Logcomex.

Entre os produtos importados, a molibdenita (minério de molibdênio) foi o principal item, representando US$ 74,5 milhões, seguida pelos sulfetos de zinco, com US$ 12,26 milhões.

O saldo comercial do setor mineral brasileiro no primeiro trimestre de 2025 foi de US$ 7,68 bilhões, resultado da diferença entre exportações de US$ 7,08 bilhões e importações de US$ 103,15 milhões. Este valor representa uma contribuição significativa para o saldo comercial brasileiro como um todo, que, segundo dados da Agência Brasil, atingiu US$ 9,98 bilhões no período, com a mineração respondendo por 77% deste resultado.

De acordo com o Instituto Brasileiro de Mineração (Ibram), citado pela Agência Brasil, o setor mineral faturou R$ 73,8 bilhões no primeiro trimestre de 2025, um aumento de 8,6% em relação ao mesmo período do ano anterior, apesar da queda nas exportações em dólar. O minério de ferro respondeu por 53% desse valor, totalizando R$38,8 bilhões.

Ainda segundo o Instituto, o setor também registrou crescimento de cerca de 8% na arrecadação de impostos, totalizando R$ 25,5 bilhões, e mantinha 223 mil empregos diretos até março, com a geração de mais de 2 mil novas vagas.

O diretor-presidente do Ibram, Raul Jungmann, alerta que a guerra tarifária internacional, embora não tenha afetado diretamente a mineração brasileira até o momento, representa um movimento negativo para as relações comerciais globais. Segundo ele, ‘esta disputa tarifária irá proporcionar redução na dinâmica da economia global, influenciando o comércio internacional, ainda mais que China e Estados Unidos representam 45% da corrente de comércio global’, conforme publicado na reportagem da Agência Brasil.

A indústria da mineração projeta investimentos de US$ 68,4 bilhões até 2029, concentrados principalmente em projetos de minério de ferro (28,7%), iniciativas socioambientais (16,6%) e logística (15,9%). Minas Gerais, Pará e Bahia são os estados que devem receber os maiores aportes, com participações de 24,1%, 19,7% e 13,2%, respectivamente.


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