Importações de aço crescem 30% em volume no primeiro trimestre de 2025

25 de abril de 2025

Importações de aço crescem 30% em volume no primeiro trimestre de 2025
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O Brasil registrou aumento nas importações de produtos básicos de ferro e aço no primeiro trimestre de 2025, com crescimento de 30% em volume e 18% em valor FOB, em comparação ao mesmo período de 2024, segundo dados da Logcomex. Este cenário, já alertado pela Associação Nacional dos Distribuidores de Aço (Inda), é confirmado pelos números oficiais da Logcomex, que mostram que o país importou 1,67 milhão de toneladas de produtos siderúrgicos, representando um valor FOB (Free on Board) de US$ 1,57 bilhão nos três primeiros meses do ano.

Os dados da Logcomex revelam que a China se destaca como o principal fornecedor de produtos siderúrgicos para o Brasil, respondendo por 52% do total importado no primeiro trimestre de 2025, o equivalente a US$774,4 milhões. A Coreia do Sul aparece em segundo lugar, com uma participação significativamente menor, de 7% (US$104,3 milhões), seguida pela Alemanha com 6% (US$91,3 milhões). Completam o ranking dos cinco maiores exportadores o Japão (4%, US$63,7 milhões) e o Egito (4%, US$57,6 milhões).

A concentração de fornecedores asiáticos no topo da lista reflete a crescente pressão da indústria siderúrgica internacional, especialmente a chinesa, sobre o mercado brasileiro. Esta realidade está em linha com as preocupações expressas pela Inda sobre a necessidade de medidas governamentais para proteger o setor nacional.

A distribuição geográfica das importações de aço no Brasil mostra Santa Catarina (SC) como o principal estado importador, concentrando 33% do valor total importado no primeiro trimestre (US$ 511,5 milhões). São Paulo (SP) ocupa a segunda posição, com 19% (US$ 299,7 milhões), seguido por Rio de Janeiro (9%, US$ 140,1 milhões), Amazonas (8%, US$ 131,8 milhões) e Minas Gerais (7%, US$ 115,4 milhões).

Em relação às principais unidades de desembaraço aduaneiro (URFs), os dados confirmam o alerta da Inda sobre a concentração em São Francisco do Sul, onde, segundo Carlos Loureiro, há mais de 440 mil toneladas de aço plano aguardando liberação.”

O porto catarinense foi responsável por 29% do valor total importado (US$ 447,1 milhões), seguido pelo Porto de Santos com 19% (US$ 291,4 milhões) e pelo Porto do Rio de Janeiro com 10% (US$ 155,1 milhões). O Porto de Fortaleza (8%, US$125,2 milhões) e o Porto de Manaus (8%, US$120,4 milhões) completam o ranking dos cinco principais pontos de entrada.

Um dado relevante apontado pela Logcomex é a queda de 9,2% no preço médio dos produtos siderúrgicos importados, que passou de US$ 1,04 por quilo em 2024 para US$ 0,94 por quilo em 2025. Esta redução ocorre em um cenário de aumento significativo do volume importado, o que intensifica a pressão sobre os produtores nacionais.

O transporte marítimo continua sendo a principal via de entrada dos produtos siderúrgicos no Brasil, respondendo por 97,59% do valor FOB das importações no primeiro trimestre de 2025, seguido pelo modal rodoviário (1,50%) e aéreo (0,86%).

O crescimento consistente das importações de aço, combinado com a queda nos preços médios, configura um cenário desafiador para a indústria siderúrgica nacional. 

Com estoques já elevados (1,06 milhão de toneladas ao final de março, segundo a Inda) e mais cargas aguardando desembaraço em portos como São Francisco do Sul, a perspectiva, segundo Carlos Loureiro e outros representantes da Inda, é de continuidade da pressão competitiva sobre os produtores locais caso o governo não implemente medidas de proteção ao setor, especialmente em relação às importações chinesas.


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