EUA avançam rumo a novas tarifas para produtos farmacêuticos e eletrônicos

16 de abril de 2025

EUA avançam rumo a novas tarifas para produtos farmacêuticos e eletrônicos
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Os Estados Unidos intensificaram suas medidas protecionistas em abril com duas novas investigações fundamentadas na Seção 232, instrumento que permite a imposição de tarifas por motivos de segurança nacional. As investigações iniciadas pelo secretário de Comércio Howard Lutnick focaram nos setores de semicondutores e produtos farmacêuticos, podendo resultar em tarifas adicionais sobre chips, medicamentos e seus consumos críticos. Produtos eletrônicos como celulares e computadores também estão na mira, ampliando consideravelmente o alcance da medida.

O oficial americano destaca a necessidade de reduzir a dependência de cadeias de fornecimento estrangeiro em setores relacionados à segurança nacional. Esta preocupação está relacionada diretamente com a rivalidade tecnológica com a China no caso dos semicondutores, enquanto no setor farmacêutico, a pandemia de Covid-19 expõe vulnerabilidades na dependência de ingredientes ativos importados.

Para o Brasil, este cenário apresenta oportunidades interessantes. Segundo a Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica (Abinee), os produtos brasileiros enfrentam uma sobretaxa de apenas 10% no mercado americano, significativamente inferior às impostas aos chineses (34%), vietnamitas (46%) e europeus (20%). Esta vantagem tarifária pode contribuir para as exportações brasileiras para os EUA, especialmente no setor elétrico e eletrônico.

Dados da Logcomex apontam que as importações no segmento de fabricação de eletrônicos – advindos dos EUA –, registraram crescimento de 36% no primeiro trimestre deste ano, com valor FOB de US$728,4 milhões. Já as exportações também registraram aumento de 22%, com valor FOB de US$129 milhões.

Já o segmento de fabricação de produtos farmacêuticos apresentou aumento de 35% nas importações, com valor FOB movimentado de US$549 milhões de janeiro a março de 2025, enquanto as exportações registraram discreta queda de 3% em comparação com o mesmo período do ano passado, com FOB de US$41,5 milhões;

O presidente da Abinee considera o momento estrategicamente importante, apresentando tanto medidas de segurança para proteger a indústria local, quanto para explorar novas oportunidades comerciais, como a prosperidade do acordo Mercosul-União Europeia para diversificar os destinos de exportações brasileiras.


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