O valor das importações brasileiras provenientes do Chile alcançou US$ 1,2 bilhão no primeiro trimestre de 2025, representando um crescimento de 15,8% em comparação ao mesmo período de 2024, quando o valor importado foi de US$ 1,04 bilhão, apontam dados da Logcomex.
Os dados reforçam a importância da relação bilateral entre os dois países, destacada pela secretária de Comércio Exterior do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), Tatiana Prazeres, durante o Fórum Empresarial Brasil-Chile realizado em 22 de abril.
O crescimento no valor importado ocorre em um contexto de redução no volume físico. De acordo com a Logcomex, o peso líquido das importações chilenas no primeiro trimestre caiu 11,9%, passando de 853,3 toneladas em 2024 para 752,1 toneladas em 2025. Essa relação inversa entre valor e volume resultou em um aumento de 31,4% no preço médio por quilo, que subiu de US$ 1,23 para US$ 1,61.
Os dados mostram ainda que os catodos e elementos de cobre refinado em formas brutas (NCM: 7403.11.00) lideraram a lista de produtos importados do Chile, com valor FOB de US$ 548,7 milhões no primeiro trimestre de 2025, registrando um aumento de 40% em relação ao mesmo período de 2024, quando o valor importado foi de US$ 391,8 milhões. O salmão-do-atlântico e salmão-do-danúbio, fresco ou refrigerado (NCM:0302.14.00), aparece em segundo lugar, com US$ 213,6 milhões, apresentando leve queda de 2% em relação aos US$ 217,8 milhões importados no primeiro trimestre de 2024.
A molibdenita ustulada – NCM: 26.13.10.10, ocupou a terceira posição, com US$ 71,7 milhões, registrando queda de 27% em comparação ao primeiro trimestre de 2024, quando o valor importado foi de US$ 97,9 milhões.
Segundo a Logcomex, o setor de fabricação de metais básicos liderou as importações com US$ 571,5 milhões no primeiro trimestre de 2025, registrando um crescimento de 40% em relação ao mesmo período de 2024. Em seguida, vem o setor de pesca e aquicultura, com US$ 224,6 milhões, valor praticamente estável em relação ao primeiro trimestre de 2024.
O terceiro setor mais relevante é o de fabricação de produtos químicos, com US$ 88,6 milhões, registrando um crescimento de 7% em relação aos US$ 83 milhões do primeiro trimestre de 2024.
A distribuição geográfica das importações chilenas no Brasil apresentou forte concentração em três estados. Santa Catarina (SC) liderou com US$540,5 milhões (45% do total), seguido por São Paulo (SP) com US$254,4 milhões (21%) e Rio de Janeiro com US$184 milhões (15%). Juntos, esses três estados representam 81% do valor total importado do Chile no primeiro trimestre de 2025.
Entre as Unidades de desembaraço aduaneiro (URFs) que mais receberam produtos chilenos, destaca-se o Porto de São Francisco do Sul (SC) com US$449,5 milhões, seguido pelo IRF São Borja com US$216 milhões e o Porto do Rio de Janeiro (RJ) com US$127,8 milhões.
O transporte marítimo é o principal meio utilizado para as importações chilenas, respondendo por 65,4% do valor total importado no primeiro trimestre de 2025, um aumento em relação aos 59,5% registrados no mesmo período de 2024. O modal rodoviário aparece em segundo lugar, com 34,2% de participação, seguido pelo aéreo, com apenas 0,36%.
Durante o Fórum Empresarial Brasil-Chile, a secretária Tatiana Prazeres destacou a importância da relação comercial consolidada entre os dois países, que movimenta mais de US$ 11 bilhões anualmente, posicionando o Chile entre os dez maiores parceiros comerciais do Brasil.
Prazeres anunciou ainda que, a partir de 2 de maio de 2025, passará a valer o certificado de origem eletrônico entre Brasil e Chile, reconhecendo as assinaturas digitais de ambos os países. Essa medida visa facilitar a troca de documentos necessários ao comércio, reduzindo custos nas transações comerciais.
Além disso, a secretária informou que há expectativa de que neste semestre também seja possível internalizar o acordo negociado entre Brasil e Chile para modernizar as regras de origem, simplificando processos e alinhando as regras entre os dois países às novas regras de origem do Mercosul, facilitando o comércio intrarregional.
A secretária destacou ainda que, mesmo havendo um acordo comercial estabelecido, “há sempre espaço para que haja redução de custos desnecessários às operações comerciais”, indicando que a facilitação de comércio é uma área em que os dois países podem continuar avançando, com foco na redução da burocracia.