O crescimento de 20% nas importações de bens de capital no Brasil, entre janeiro e setembro de 2024, reflete um momento crucial de revitalização da indústria nacional.
O aumento expressivo nas importações de bens de capital pode ser interpretado como um fortalecimento da competitividade da indústria brasileira.
A modernização das fábricas e a adoção de novas tecnologias aumentam a capacidade de produção, resultando em maior eficiência e redução de custos.
Para as empresas que atuam no setor de máquinas industriais, este cenário cria um mercado mais robusto e dinâmico, com oportunidades de fornecer equipamentos essenciais à transformação da indústria.
As empresas locais que ainda não investiram em inovação podem enfrentar dificuldades competitivas diante dessa onda de modernização.
Oportunidades
O cenário também traz grandes oportunidades. O aumento da capacidade produtiva abre portas para que as indústrias brasileiras se posicionem de forma mais assertiva no mercado internacional, ampliando suas exportações.
Além disso, com a modernização, as empresas podem atender às exigências de um mercado global cada vez mais orientado para eficiência e tecnologia.
A ascensão do setor industrial pode incentivar empresas de serviços, como transporte, logística e tecnologia a se integrarem ainda mais à cadeia de valor.
Principais NCMs importadas de janeiro a setembro
De acordo com a Logcomex, as NCMs a seguir, foram as principais importadas de janeiro a setembro de 2024:
- NCM 8411.91.00 – Partes de turborreatores ou de turbopropulsores – as importações desta NCM registraram valor FOB de US$ 3,4 bilhões, representando um aumento de 40% em comparação com o mesmo período de 2023.
- NCM 8541.43.00 – Células fotovoltaicas montadas em módulos ou em painéis – registrou queda de 30% no valor FOB importado, reduzindo de US$ 3 bilhões de janeiro a setembro de 2023, para US$ 2 bilhões no mesmo período deste ano.
- NCM 8411.12.00 – Turborreatores de empuxo superior a 25 KN – apresentou crescimento de 12% no FOB importado – US$ 2,4 bilhões, além de aumento de 15% no peso em Kg Líquido – 1,7 toneladas – em comparação com o mesmo período de 2023.
A China foi o principal país exportador, com valor FOB registado de US$ 26 bilhões (36%), seguida dos Estados Unidos da América (EUA) com US$ 13 bilhões de valor FOB (18%) e Alemanha com US$ 5,2 bilhões de FOB (7%).
Em relação aos Estados brasileiros importadores, São Paulo (SP) aparece em primeiro lugar com US$ 25,5 bilhões de FOB (32%), seguido do Rio de Janeiro (RJ) com US$ 9,6 bilhões de FOB (12%) e Santa Catarina (SC), com FOB de US$ 8,2 bilhões (10%).
Falando das principais unidades de desembaraço aduaneiro no Brasil, o Porto de Santos ocupou o primeiro lugar no ranking, com US$ 22 bilhões de FOB (28%), seguido do Aeroporto Internacional de Viracopos com FOB de US$ 10,2 bilhões (13%) e Porto de Vitória com FOB de US$ 5,5 bilhões (7%) de janeiro a setembro de 2024.
Conclusão
O aumento das importações de bens de capital é um sinal claro de revitalização da economia e uma oportunidade única para as empresas brasileiras expandirem suas operações e se tornarem mais competitivas.
No entanto, esse cenário depende diretamente da continuidade dos investimentos e da redução das taxas de juros, criando um ambiente propício para o crescimento sustentável da indústria.
Para as empresas que atuam no comércio exterior, essa revitalização industrial não só abre novas frentes de negócios, mas também exige maior eficiência e inovação para manter sua relevância no mercado.
A indústria brasileira está em um ponto de inflexão, e o sucesso futuro dependerá da capacidade de todos os players se adaptarem a essas mudanças.