O mercado brasileiro de importação de vinhos mantém uma trajetória de crescimento no primeiro trimestre de 2025, com aumento de 14% em valor e 11,4% em volume em comparação ao mesmo período de 2024.
Neste cenário, o Chile lidera com 36% de participação, enquanto a Itália, destaca-se pelo crescimento expressivo de 15,6% no valor importado, consolidando sua posição entre os cinco principais fornecedores do produto para o Brasil.
As importações brasileiras de vinhos registraram um bom desempenho no primeiro trimestre de 2025, segundo dados da Logcomex. O valor total das importações alcançou US$ 111,8 milhões entre janeiro e março deste ano, representando um aumento de 14% em comparação aos US$ 98 milhões registrados no mesmo período de 2024.
Em termos de volume, o crescimento também foi significativo, atingindo 32,6 mil toneladas, uma expansão de 11,4% frente às 29,2 mil toneladas importadas no primeiro trimestre do ano anterior.
Já em relação aos países de origem, dados da Logcomex revelam que o Chile mantém a liderança no fornecimento de vinhos para o mercado brasileiro, respondendo por 36% do valor total das importações, com US$ 40,3 milhões no primeiro trimestre de 2025. Em seguida aparecem Argentina (16%), Portugal (15%), França (15%) e Itália (9%), formando o grupo dos cinco principais exportadores de vinhos para o Brasil.
Os vinhos italianos merecem destaque pelo crescimento expressivo de 15,6% em relação ao mesmo período de 2024, quando as importações desse país somaram US$ 8,4 milhões. Em termos de volume, as importações de vinhos italianos cresceram 14%, passando de 2 mil toneladas no primeiro trimestre de 2024 para 2,3 mil toneladas no mesmo período de 2025.
Dentre as NCMs mais importadas, observa-se que a maior parte das importações brasileiras de vinhos está concentrada na categoria “Outros vinhos, mostos de uvas, fermentados, impedidos álcool, em recipientes de capacidade não superior a 2 litros” (NCM 22042100), que representa cerca de 90% do valor total importado, com US$ 100,8 milhões no primeiro trimestre de 2025. Esta categoria registrou um crescimento de 13% em valor e 12% em volume em relação ao mesmo período de 2024.
No caso específico da Itália, os vinhos dessa mesma categoria (NCM 22042100) representam a maior parcela das importações, com US$ 8,9 milhões no primeiro trimestre de 2025, um crescimento de 21% em valor e 20% em volume comparado ao mesmo período do ano anterior.
Já os vinhos espumantes italianos não tipo champanha (NCM 22041090) registraram queda de 28% em valor e 30% em volume, enquanto os espumantes tipo champagne (NCM 22041010) apresentaram expressivo crescimento de 386% no valor FOB (US$34,4 mil) embora representem uma parcela pequena do total.
O crescimento das importações de vinhos pelo Brasil no primeiro trimestre de 2025 reflete uma valorização por produtos de qualidade e com certificações de origem. O preço médio das importações brasileiras de vinhos italianos foi de aproximadamente US$ 4,26 por Kg líquido no primeiro trimestre de 2025, valor superior à média geral de US$ 3,45 por Kg líquido, o que sugere posicionamento em segmentos de maior valor agregado.
O bom desempenho do setor pode ser explicado por diversos fatores, incluindo a presença de aproximadamente 32 milhões de ítalo-descendentes que vivem no Brasil. Além disso, a Itália possui o maior número de tipos de vinho no mundo, de uvas autóctones e de rótulos com Denominação de Origem Controlada e Controlada Garantida, o que representa garantia de qualidade.
O país destaca-se pelo crescimento acima da média (15,6% em valor), consolidando sua relevância no mercado brasileiro, apesar de representar uma fatia relativamente menor (9%) em comparação aos principais fornecedores.
A preferência por vinhos em garrafas de até 2 litros demonstra a orientação do mercado para o consumo final e não industrial, enquanto o preço médio superior dos produtos italianos sugere seu posicionamento em segmentos de valor agregado mais elevado. Considerando a manutenção da atual taxa de crescimento, espera-se que as exportações italianas para o Brasil continuem sua trajetória ascendente até o final de 2025.