As exportações brasileiras de tecidos de algodão registraram um crescimento de 3% em valor no primeiro trimestre de 2025, alcançando US$ 109,3 milhões, mesmo com uma redução de 29% no volume exportado, segundo dados da Logcomex. Este fenômeno foi impulsionado por um aumento de 45,4% no preço médio dos produtos, que saltou de US$ 9,81 em 2024 para US$ 14,27 em 2025, confirmando a tendência de valorização do algodão apontada pelo Cepea.
O setor têxtil brasileiro, especificamente o segmento de tecidos de algodão, apresenta um cenário positivo para o primeiro trimestre de 2025, apesar dos desafios logísticos globais. Conforme revelam os dados da Logcomex, o Brasil exportou 7.663 kg de tecidos de algodão nos três primeiros meses de 2025, um volume 29% menor que os 10.813 kg registrados no mesmo período de 2024.
Entretanto, o valor total das exportações cresceu 3%, passando de US$ 106,1 milhões no primeiro trimestre de 2024 para US$ 109,3 milhões em igual período de 2025. Este cenário é explicado pela valorização do produto no mercado internacional, com o preço médio por quilograma subindo 45,4%, de US$ 9,81 para US$ 14,27.
Os dados mostram que a redução do volume exportado, combinada com o aumento do preço médio, está alinhada com a estratégia dos produtores brasileiros de segurar a produção à espera de condições mais vantajosas.
A NCM “Outros tecidos de algodão” (NCM 52083900) representa a maioria das exportações, com um aumento de 42% no valor, que passou de US$ 76,9 milhões no primeiro trimestre de 2024 para US$ 109 milhões no mesmo período de 2025. O volume exportado desse produto cresceu 54%, indicando forte demanda internacional.
Em termos de destinos, a Colômbia lidera como principal mercado para os tecidos de algodão brasileiros no primeiro trimestre de 2025, respondendo por 33% das exportações. Paraguai e Bolívia aparecem na sequência, cada um com 22% de participação. Os Estados Unidos (7%), Equador (6%) e Peru (5%) completam a lista dos principais compradores. Esta configuração representa uma mudança nos parceiros comerciais do Brasil neste segmento, com países sul-americanos ganhando protagonismo.
Quanto ao modal de transporte, os dados da Logcomex revelam uma mudança no perfil logístico das exportações. Em 2024, o modal aéreo respondia por 61,16% do valor exportado, seguido pelo rodoviário (31,93%) e marítimo (6,91%). Já em 2025, o modal rodoviário assumiu a liderança com 45,23% do valor, seguido pelo marítimo (37,28%) e aéreo (17,50%). Esta mudança sugere um redirecionamento das exportações para países vizinhos, que naturalmente utilizam mais o transporte terrestre.
O estado de Minas Gerais destaca-se como o principal exportador de tecidos de algodão em 2025, respondendo por 97% do valor total. Este dado revela uma alta concentração da indústria têxtil exportadora em Minas Gerais, tradicional polo do setor.
Em relação às unidades de despacho aduaneiro, o Porto de Santos lidera com 35% do valor exportado (US$ 38,6 milhões), seguido pela Alfândega de Foz do Iguaçu (22%) e Alfândega de Corumbá (22%). Os aeroportos de Viracopos (8%) e do Rio de Janeiro (7%) completam as principais portas de saída dos produtos, de acordo com os dados da Logcomex para o primeiro trimestre de 2025.
Os dados reforçam a tendência de valorização do algodão brasileiro no mercado internacional apontada pelo Cepea. A estratégia dos produtores de reduzir a oferta, mantendo-se cautelosos na liberação de novos lotes para o mercado, tem se mostrado eficaz para sustentar os preços em patamares elevados. O aumento de 45,4% no preço médio das exportações compensou com folga a redução de 29% no volume, resultando em crescimento de 3% na receita total.
A perspectiva para os próximos meses, conforme sugerem os dados analisados, dependerá do comportamento do mercado externo e do volume de novos contratos, mas os resultados do primeiro trimestre indicam que o setor está conseguindo se adaptar e capitalizar sobre a valorização internacional do algodão, mesmo em um cenário de oferta mais restrita.