Apesar das recentes tarifas impostas pelo governo dos Estados Unidos, as exportações brasileiras de carne apresentaram um crescimento surpreendente. Mesmo com a aplicação da taxa extra de 10% sobre as importações do Brasil, os americanos compraram, em abril, 47,8 mil toneladas de carne bovina, um aumento de 13,6% em relação ao mês anterior, segundo a Secex.
Ampliando o recorte e fazendo o comparativo entre 2024 e 2025, referente ao primeiro quadrimestre de ambos os anos, de acordo com a Logcomex, o valor FOB das exportações de carne para os EUA saltou de US$ 211 milhões em 2024 para US$ 595 milhões em 2025, um impressionante acréscimo de 207,6%, evidenciando a resistência e a competitividade do setor frente às barreiras comerciais.
Os números reforçam uma impressionante trajetória de crescimento dos exportadores brasileiros, mesmo diante do cenário de aumento tarifário norte-americano. O principal NCM exportado, que agrupa as carnes desossadas de bovino, congeladas (NCM 0202.30.00), registrou um valor FOB de US$ 564 milhões em 2025, o que representa um aumento de 209% se comparado a 2024. Além disso, o volume exportado alcançou 116 mil toneladas – uma alta de 205% no mesmo período.
Destacam-se, também, as carnes de bovino frescas ou refrigeradas (NCM 2021.30.00), com um aumento de 183% no valor FOB, chegando a US$ 31 milhões, além das carnes de bovinos salgadas em salmoura/secas/defumadas (NCM 0210.20.00), com um aumento de 275% no valor FOB exportado.
Com o auxílio da tecnologia, empresas têm encontrado oportunidades através da identificação com mais precisão do que está sendo exportado.
Com os insights da IA do Export Intel, no exemplo da carne brasileira exportada, foi possível identificar que o corte dianteiro do boi se destaca como o mais exportado, contabilizando mais de mil operações e somando US$ 170 milhões em valor FOB. Essa precisão na identificação dos produtos permite que as empresas ajustem as ofertas conforme as preferências dos importadores americanos, mesmo em um ambiente de tarifas que poderiam, à primeira vista, desestimular as exportações.
Os dados demonstram que o setor de exportação de carne do Brasil para os EUA continua a crescer – um indicativo da eficácia das estratégias adotadas pelos exportadores.