O Brasil deve ultrapassar a marca de US$ 3 bilhões em exportações de tabaco em 2025, com estimativa de aumento entre 10% e 15% tanto em volume quanto em valor. Os dados do primeiro trimestre já apontam para esta tendência, com crescimento expressivo no valor das exportações, apesar de uma leve redução no volume embarcado.
De acordo com dados da Logcomex, no primeiro trimestre de 2025, o Brasil exportou 104,5 mil toneladas de tabaco, volume 1,8% menor em comparação com o mesmo período de 2024, quando foram embarcadas 106,4 mil toneladas. Entretanto, o valor comercializado registrou aumento de 12,9%, saltando de US$ 659,2 milhões para US$ 743,9 milhões.
Este comportamento do mercado revela uma valorização do produto brasileiro no exterior, com preços médios mais elevados. A análise das exportações mostra que o tabaco não manufaturado, , do tipo Virginia (NCM 2401.20.30), continua sendo o principal item exportado, com valor FOB de US$ 613,5 milhões no período, representando um crescimento de 7% em relação ao mesmo trimestre de 2024.
Entre os diferentes tipos de tabaco exportados, destacam-se também o tabaco não manufaturado do tipo Burley (NCM 2401.20.40), com crescimento de 110% no valor exportado, atingindo US$ 46,6 milhões no primeiro trimestre de 2025, e os desperdícios de tabaco (NCM 2401.30.00), com aumento de 38% no valor, chegando a US$ 17,4 milhões.
O Brasil mantém sua posição como maior exportador mundial de tabaco há mais de 30 anos, com aproximadamente 90% da produção destinada ao mercado externo. No ranking global de produção, o país fica atrás apenas da China, que por sinal é também o principal destino do tabaco brasileiro, com 43% das exportações destinadas ao país asiático. Na sequência dos principais mercados aparecem Bélgica (9%), Indonésia (6%), Estados Unidos (6%) e Emirados Árabes Unidos (4%).
No ano anterior, em 2024, o Brasil exportou 455 mil toneladas de tabaco para 113 países, gerando cerca de US$ 2,9 bilhões em receita. Este valor superou a média histórica da última década, que era de US$ 2 bilhões.
Os impactos econômicos da cadeia produtiva do tabaco vão além das exportações. Em 2024, o setor gerou aproximadamente R$ 12 bilhões em receita para os produtores rurais e R$ 17 bilhões em tributos pagos ao governo brasileiro.