O Brasil chegou à marca de 200 novos mercados para exportação de produtos agropecuários desde o início de 2023, segundo o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa). Esses mercados estão distribuídos em cerca de 60 países, em todos os continentes.
Somente em 2024, foram abertos até o fim de setembro 122 novos mercados. Os maiores números foram estabelecidos nos meses de junho (26 novos mercados em 13 países, julho (16 mercados em 9 países) e maio (15 mercados em 10 países).
A abertura de mercados refere-se ao processo que possibilita a entrada de produtos de um país no mercado interno de outro, superando barreiras comerciais, como requisitos sanitários, e negociando acordos bilaterais ou multilaterais.
Entre as conquistas recentes de novos mercados para o Brasil estão as de embriões bovinos para a Rússia e de erva-mate para Angola e para a Coreia do Sul.
Na busca por novos mercados, o governo tem priorizado expandir relações com países da África e da Ásia. Segundo dados da Logcomex, as exportações brasileiras para o continente africano saltaram 19,1% nos oito primeiros meses de 2024 quando comparados ao mesmo período de 2023.
Ao todo, o Brasil vendeu para o conjunto de países da África US$ 10,1 bilhões (FOB) entre janeiro e agosto deste ano, ante US$ US$ 8,5 bilhões nos mesmos meses do ano passado.
Carnes de galos/galinhas, não cortadas em pedaços, congeladas, sem miudezas (NCM 0207.12.20), por exemplo, que não eram exportados para a África até 2022, responderam por US$ 163 milhões em vendas para o continente neste ano, até o mês de agosto.
Nos oito primeiros meses de 2024, as exportações brasileiras para os países da Asean, bloco econômico do Sudeste Asiático (US$ 17,8 bilhões), superaram as vendas para o Mercosul (US$ 12,4 bilhões), evidenciando um aumento nas exportações para novos mercados e um enfraquecimento do mercado sul-americano.
As compras de mercadorias brasileiras pelo bloco formado por Tailândia, Filipinas, Malásia, Singapura, Indonésia, Brunei, Vietnã, Myanmar, Laos e Camboja cresceram 10,1% nos primeiros oito meses de 2024 frente a igual intervalo de 2023, quando somaram US$ 16,2 bilhões.
Entre os mercados abertos para o Brasil nos países do bloco asiático em 2024 estão:
- Manteiga, gordura e óleo, de cacau (NCM 1804.00.00): US$ 9,7 bilhões (FOB) entre janeiro e agosto de 2024;
- Coxas com sobrecoxas desossadas de galinha, comestíveis, congelados (NCM 0207.14.23): US$ 3,8 bilhões (FOB) entre janeiro e agosto de 2024;
- Asas não desossadas de galinha, comestíveis, congelados (NCM 0207.14.13): US$ 2,02 bilhões (FOB) entre janeiro e agosto de 2024;
- Peitos desossados de galinha, comestíveis, congelados (0207.14.22): US$ 1,7 bilhões (FOB) entre janeiro e agosto de 2024;
As aberturas vão além de produtos tradicionais do Brasil, como carnes e soja, incluindo uma diversificada gama de produtos agropecuários, como pescados, sementes, gelatina e colágeno, ovos, produtos de reciclagem animal, noz-pecã, erva-mate, arroz, açaí em pó, café verde, embriões e sêmen.
Negociações continuam em andamento, com novos anúncios previstos para os próximos dias. O governo espera que o número de mercados abertos alcance 300 até 2026.