O mercado global de carga aérea manteve seu desempenho positivo em setembro, mostra relatório da Associação Internacional de Transporte Aéreo (IATA).
A demanda total (transporte doméstico e internacional), calculada em toneladas de carga vezes quilômetros (CTKs), aumentou 9,4% em comparação ao mesmo mês de 2023, marcando o 14º mês consecutivo de alta. Para as operações internacionais, o aumento foi ainda mais expressivo, atingindo 10,5%.
A capacidade de transporte, medida em toneladas por quilômetro disponível (ACTKs), também registrou avanço, de 6,4%, em relação ao ano anterior. A maior parte desse crescimento foi impulsionada pela capacidade de carga nos compartimentos de porão de aeronaves internacionais, que teve um aumento de 10,3%, prolongando a tendência de crescimento de dois dígitos por 41 meses consecutivos.
Segundo Willie Walsh, diretor-geral da IATA, tarifas de frete aéreo também estão em alta, com um aumento de 11,7% em relação a 2023 e 50% acima dos níveis de 2019. “Isso aponta para um final de ano sólido para o setor”, disse Walsh.
Entre os fatores que contribuíram para o crescimento, segundo a entidade, estão o aumento de 2,8% no comércio global de bens e o crescimento de 1,6% na produção industrial mundial, que continua em trajetória positiva.
Transportadoras da América Latina registraram o maior crescimento entre as regiões, com um aumento de demanda de 20,9% na comparação anual para carga aérea em setembro. A capacidade aumentou 7,9% no mesmo período.
Em relação à demanda, tiveram destaque ainda companhias aéreas da Ásia/Pacífico (+11,7%), da Europa (+11,7%) e do Oriente Médio (+10,1%). As transportadoras dos Estados Unidos tiveram alta de 3,8% na comparação anual de demanda.
No Brasil, segundo dados da Logcomex, as importações por via aérea somaram 190,6 mil toneladas nos nove primeiros meses de 2024, o que representa uma alta de 12,3% em relação ao mesmo período do ano passado.
As exportações feitas por aeronaves, por sua vez, avançaram 22,9%, alcançando a marca de 1,88 milhões de toneladas no acumulado de janeiro a setembro.
Até setembro, o transporte aéreo respondeu por 20% do valor total (FOB) das importações e 4,7% das exportações brasileiras. Os aeroportos de Guarulhos (SP) e de Viracopos (SP), juntos, são responsáveis por 76% das exportações e 62% das importações de todo o país por transporte aéreo.
Os Estados Unidos são o principal parceiro comercial brasileiro, tanto em importações quanto exportações, feitas por aeronaves, respondendo por cerca de um terço de todas as transações comerciais por via aérea.