Trump amplia guerra comercial com tarifas de 30% sobre UE e México
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou tarifas de 30% sobre produtos do México e da União Europeia, com vigência prevista para 1º de agosto.
A medida é uma expansão da ofensiva comercial que já havia imposto taxas de 50% ao Brasil – a maior alíquota aplicada até o momento.
Na justificativa para a UE, Trump citou o déficit comercial de US$ 235,6 bilhões registrado em 2024. Para o México, a motivação declarada é a crise do fentanil e a suposta falha em conter cartéis de drogas.
Ambos os blocos sinalizaram possíveis retaliações, o que pode desencadear uma escalada no conflito comercial global.
Sudeste concentra maior impacto das tarifas de Trump ao Brasil
A sobretaxa de 50% anunciada por Donald Trump sobre produtos brasileiros atingirá principalmente os estados do Sudeste, responsáveis por mais de 70% das exportações nacionais para os EUA.
São Paulo lidera como o mais vulnerável, com exportações equivalentes a 31,9% do total enviado aos Estados Unidos, seguido por Rio de Janeiro (15,9%), Minas Gerais (12,4%) e Espírito Santo.
Os portos de Santos (SP), Rio de Janeiro (RJ) e Vitória (ES) figuram entre os principais pontos de saída desses produtos. Setores estratégicos como siderurgia, aviação, petróleo e manufaturados serão os mais prejudicados, comprometendo as expectativas de receita dos estados exportadores caso as tarifas sejam efetivamente implementadas em agosto.
Governo e setor privado investirão R$ 4,7 bilhões para modernizar portos brasileiros
O Ministério de Portos e Aeroportos anunciou pacote de R$ 4,7 bilhões para implantação e ampliação de nove terminais de uso privativo (TUPs) em seis estados brasileiros.
O plano prevê a criação de mais de 10 mil empregos diretos e indiretos, com obras iniciando ainda neste semestre e operações a partir de 2026.
O Pará receberá a maior fatia dos investimentos: R$ 2,7 bilhões distribuídos entre quatro terminais.
A expectativa do governo é de crescimento médio entre 3% e 6% no setor portuário nos próximos anos, impulsionado principalmente pela crescente inserção do Brasil nas cadeias globais de fornecimento de alimentos, com forte demanda da Ásia e Europa.