O Rio Grande do Sul registrou um superávit de US$2,1 bilhões em sua balança comercial no primeiro quadrimestre de 2025, com exportações totalizando US$6,1 bilhões e importações de US$4 bilhões, segundo dados da Logcomex.
Neste cenário de crescimento do comércio exterior, o governo estadual anunciou, em 27 de maio de 2025, a declaração de utilidade pública das obras para a implantação do Porto Meridional, em Arroio do Sal, um investimento privado de R$6,5 bilhões que promete ampliar significativamente a capacidade logística do estado.
As exportações gaúchas alcançaram US$6,1 bilhões nos primeiros quatro meses de 2025, um aumento de 4,6% em relação ao mesmo período de 2024, quando o valor exportado foi de US$5,8 bilhões, conforme dados da Logcomex.
Do lado das importações, o estado registrou US$4 bilhões no primeiro quadrimestre de 2025, o mesmo valor em relação ao igual período do ano anterior. O saldo comercial positivo de US$2,1 bilhões reflete a vocação exportadora do estado, especialmente no setor alimentício.
A fabricação de produtos alimentícios lidera as exportações gaúchas, somando US$1,07 bilhão no primeiro quadrimestre de 2025, seguida pela produção vegetal, animal e caça, com US$1,04 bilhão, e fabricação de produtos de tabaco, com US$780,6 milhões. Entre os principais produtos exportados, o tabaco não manufaturado (NCM: 2401.20.30) destacou-se com US$661,1 milhões, seguido pelo trigo (NCM: 1001.99.00) com US$ 347,2 milhões e resíduos da extração do óleo de soja (NCM: 2304.00.90) com US$ 320,6 milhões.
A China mantém-se como principal destino das exportações gaúchas, representando 14% do total exportado (US$840 milhões), seguida pelos Estados Unidos com 10% – US$614 milhões e Argentina com 7% – US$450 milhões. Completam o ranking, ainda, Vietnã com 5% do total exportado – US$313 milhões e Indonésia com 3% – US$202,5 milhões, de acordo com os dados da Logcomex para o primeiro quadrimestre de 2025. O modal marítimo é predominante, respondendo por 81,6% do valor exportado, seguido pelo modal rodoviário (15%) e aéreo (3,3%).
O Porto de Rio Grande continua sendo o principal canal de escoamento, respondendo por 66% das exportações, seguido pela Alfândega de Uruguaiana (6%) e pelo Porto de São Francisco do Sul (4%).
Nas importações, o estado apresenta um perfil distinto, com predominância da fabricação de produtos químicos (US$810,2 milhões), veículos automotores (US$792,4 milhões) e extração de petróleo bruto e gás natural (US$452,8 milhões). Os óleos brutos de petróleo lideram a lista de produtos importados, somando US$452,8 milhões no primeiro quadrimestre de 2025, seguidos por naftas para petroquímica (US$359,6 milhões) e outros veículos automóveis com motor diesel, para cargas <=5 toneladas (US$341 milhões).
Argentina (24%), China (20%) e Estados Unidos (17%) são os principais países de origem das importações gaúchas. Argélia (9%) e Alemanha (5%) completam o ranking segundo os dados da Logcomex.
O modal marítimo também predomina nas importações, com 72,2%, seguido pelo rodoviário (22,1%) e aéreo (5,6%). Quanto aos pontos de entrada, o Porto de Rio Grande responde por 38% das importações, a Alfândega de Porto Alegre por 18% e a Alfândega de Uruguaiana por 17%.
O novo terminal, classificado como Terminal de Uso Privado (TUP), terá capacidade para movimentar até 53 milhões de toneladas por ano quando estiver em plena operação, prevista para o início de 2028. As obras devem começar no primeiro quadrimestre de 2026 e gerar mais de 2 mil empregos diretos e aproximadamente 5 mil indiretos.
De acordo com o secretário de Desenvolvimento Econômico, Ernani Polo, “a nova estrutura portuária irá fortalecer a logística do Estado, criando mais uma alternativa para o escoamento da produção gaúcha, em especial para os produtos da Serra”.
A localização estratégica do Porto Meridional, com ligação à BR-101 e infraestrutura preparada para futuras conexões ferroviárias, poderá diversificar as opções logísticas do estado, que atualmente concentra suas exportações e importações principalmente no Porto de Rio Grande.
A ampliação da capacidade logística do estado pode contribuir para maior eficiência no escoamento da produção e potencial redução nos custos de transporte, fatores determinantes para a competitividade dos produtos gaúchos no mercado internacional.
O projeto, alinhado ao Plano de Desenvolvimento Econômico, Inclusivo e Sustentável do RS, que prevê melhorias no ambiente de negócios e na infraestrutura do estado para atrair mais investimentos, tem como previsão o início das operações para 2028.