Queda na cotação do dólar pode afetar balança comercial brasileira

30 de janeiro de 2025

Queda na cotação do dólar pode afetar balança comercial brasileira
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Depois de atingir o maior valor nominal histórico em 2024, a cotação do dólar frente ao real recuou nos últimos oito dias consecutivos, acumulando queda de 3,3% e encerrou a quarta-feira (29) a R$ 5,86, menor patamar desde novembro do ano passado, despertando a atenção de operadores do comércio exterior.

A retração do câmbio na última semana resulta principalmente de um fluxo de entrada de investimentos estrangeiros no Brasil diante das altas taxas de juros do país. Com uma maior oferta de dólares no mercado financeiro nacional, a cotação da moeda americana acaba caindo internamente.

A não aplicação imediata de barreiras comerciais por parte do novo governo americano também ajudou a tranquilizar o mercado, que aguardava mudanças mais radicais a partir da posse do novo presidente, no último dia 20.

Principal moeda de reserva global é amplamente utilizada no comércio internacional, as flutuações no valor da divisa americana no Brasil afetam diretamente importadores e exportadores.

No caso das exportações, a desvalorização do dólar em médio e longo prazo tende a prejudicar a competitividade dos produtos brasileiros no mercado internacional, pois os preços das remessas, quando convertidos para a moeda estrangeira, tornam-se mais altos.

Isso pode resultar em uma redução da demanda por esses produtos globalmente, afetando negativamente o setor exportador. Nesse contexto, o agronegócio, a indústria de óleo e gás e a mineração são os principais impactados.

Conforme dados da plataforma NCM Intel, da Logcomex, petróleo bruto (NCM 2709.00.10), soja (NCM 1201.90.00) e minério de ferro (NCM 2601.11.00) foram os principais produtos exportados pelo Brasil em 2024, com valores totais (FOB) de US$ 44,8 bilhões, US$ 42,9 bilhões e US$ 26 bilhões, respectivamente.

Por outro lado, as importações são beneficiadas pela queda na cotação da moeda americana, já que os produtos estrangeiros ficam mais baratos para as empresas e consequentemente para o consumidor final.

O cenário pode ser vantajoso ainda para indústrias e varejistas que dependem de insumos importados, reduzindo custos de produção e aumentando a oferta de bens no mercado interno.

Essa dinâmica, contudo, também pode gerar pressão sobre a balança comercial, caso as importações cresçam mais rapidamente do que as exportações.

No ano passado, o superávit comercial brasileiro recuou 24,6% em relação ao resultado de 2023, resultado de um aumento de 9% no valor total das importações e de uma queda de 0,9% no das exportações.

Para aprofundar a análise do impacto das oscilações do dólar no comércio exterior, a Logcomex conduziu um estudo inédito que será divulgado nas próximas semanas, analisando como as variações do dólar afetaram o cenário econômico em 2024 e sobre o que pode ser esperado para 2025.


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