Quarto melhor abril da história: balança comercial brasileira alcança US$ 8,15 bilhões

9 de maio de 2025

Quarto melhor abril da história: balança comercial brasileira alcança US$ 8,15 bilhões
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O Brasil mantém trajetória de saldos comerciais expressivos, embora com pequena desaceleração no ritmo de crescimento. O resultado de abril, apesar da discreta queda de 3,3% frente ao mesmo período de 2024, ainda representa um dos melhores desempenhos históricos para o mês, sinalizando a resiliência da pauta exportadora brasileira mesmo em cenário de pressão nos preços de commodities.

As exportações totalizaram US$30,4 bilhões em abril, alta modesta de 0,3% em relação ao mesmo mês do ano anterior, marcando o melhor desempenho para abril desde o início da série histórica em 1989, de acordo com o Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC). As importações somaram US$ 22,2 bilhões, aumento de 1,6% em relação a abril de 2024, também alcançando valor recorde para o mês.

Este crescimento foi impulsionado principalmente pelo aumento de 4,4% no volume de mercadorias adquiridas, compensando a queda de 2,9% nos preços médios. O aumento no volume de importações, superior ao crescimento das exportações, sugere aquecimento da demanda interna e possível recuperação em alguns setores industriais que dependem de insumos importados.

A análise dos dados mostra que a desaceleração no superávit coincide com a queda nos preços de importantes commodities. As vendas externas de soja recuaram 6,1% em comparação a abril do ano passado, pressionadas pela redução de 9,7% nos preços médios. As exportações de minério de ferro também apresentaram queda expressiva de 14,3%, com preços 16,4% menores.

Contudo, o aumento no preço do café e da carne bovina, além do crescimento nas vendas de outros produtos como veículos e ferro-gusa, compensaram parcialmente a diminuição nos valores de outros itens da pauta exportadora.

O superávit acumulado nos quatro primeiros meses de 2025 alcançou US$ 17,8 bilhões, representando queda expressiva de 34,2% em relação ao mesmo período de 2024, apesar do crescimento das exportações em abril. Esta redução foi significativamente impactada pelo déficit pontual de US$ 471,6 milhões em fevereiro, resultado da importação de uma plataforma de petróleo.

Analisando o desempenho setorial, a agropecuária registrou discreta queda de 0,8% nas exportações, com redução de 4,9% no volume embarcado, apesar do aumento de 4,5% nos preços médios. Na indústria de transformação, o cenário foi mais positivo, com aumento de 1,3% na quantidade exportada e aumento de 1,5% nos preços médios, beneficiando-se parcialmente da recuperação econômica da Argentina, principal mercado para produtos industrializados brasileiros.

A indústria extrativa apresentou discreto crescimento de 1,6% no volume de exportações, mas com recuo de 5% nos preços médios. Para 2025, o MDIC projeta superávit de US$ 70,2 bilhões, queda de 5,4% em comparação a 2024. A estimativa prevê que as exportações crescerão 4,8%, atingindo US$ 353,1 bilhões, enquanto as importações aumentarão 7,6%, fechando o ano em US$ 283 bilhões.

As projeções oficiais serão revisadas em julho, segundo o MDIC, e não consideram ainda os impactos das medidas protecionistas dos Estados Unidos nem da retaliação comercial chinesa. O mercado financeiro apresenta uma visão ligeiramente mais otimista, conforme o boletim Focus do Banco Central, que projeta superávit de US$ 75 bilhões para este ano.


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