Uma das maiores operadoras de transporte marítimo global, a MSC anunciou nesta segunda-feira (21) a aquisição do controle da empresa brasileira de logística portuária e marítima Wilson Sons, por R$ 4,35 bilhões.
A operação foi realizada por meio da compra de ações da Ocean Wilsons Holdings Limited – controladora da companhia brasileira – pela SAS Shipping Agencies, subsidiária da MSC. Ao todo, serão alienadas 248,7 milhões de ações ordinárias, ao valor de R$ 17,50 cada, o equivalente a 56,47% do capital social total da Wilson Sons.
Como a Wilson Sons faz parte do chamado Novo Mercado na B3, a MSC terá de fazer uma oferta pública de aquisição (OPA), estendendo para todos os acionistas minoritários a oferta de ações no mesmo preço e sob os mesmos termos oferecidos à Ocean Wilsons.
A conclusão da transação, no entanto, ainda está sujeita a aprovação pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) e pela Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq). Segundo fato relevante divulgado pela companhia brasileira, a expectativa é que a operação seja finalizada no segundo semestre de 2025.
A aquisição do controle da Wilson Sons já atrai interessados há meses. Na semana passada, por exemplo, o fundo I Squared chegou a informar à operadora logística brasileira que faria uma oferta pública pela companhia em 15 dias.
Com 187 anos de atividade e considerada a maior operadora de logística portuária e marítima do Brasil, a Wilson Sons foi fundada pelos irmãos escoceses Edward e Fleetwood Pellew Wilson, que abriram um negócio de serviços marítimos e carvão em Salvador em 1837.
Hoje, o portfólio da empresa inclui dois terminais de contêineres, nos portos de Salvador e de Rio Grande (RS).
Segundo dados da Logcomex, nos nove primeiros meses de 2024, juntos, os portos foram responsáveis pela movimentação de 45,4 milhões de toneladas em cargas, o equivalente a 6,2% do total de carregamentos que entraram ou saíram do país por via marítima (734,3 milhões de toneladas).
A companhia conta ainda com uma frota de 80 rebocadores e 23 embarcações de apoio offshore, além de duas bases de apoio offshore na Baía de Guanabara (RJ), um centro logístico alfandegado em Santo André (SP) e dois estaleiros no Guarujá (SP).
Recentemente, o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) aprovou dois financiamentos, no total de R$ 385 milhões, para a operadora investir na construção, manutenção e reparo de rebocadores.
O contrato de compra e venda de ações permite que a empresa pague aos seus acionistas os dividendos aprovados pelo Conselho de Administração da empresa no último dia 11 e continue distribuindo lucros aos seus acionistas até a cota de US$ 22 milhões por trimestre até o fechamento da operação.
Na negociação, a Wilson Sons contou com assessoria financeira do banco BTG Pactual, e jurídica da Slaughter and May e da Pinheiro Guimarães Advogados. A Peel Hunt foi assessora financeira e intermediária no Reino Unido.
Fundada em 1970 e com sede em Genebra, na Suíça, a MSC é líder global em transporte e logística, com uma frota de mais de 850 embarcações e mais de 200 mil funcionários.
No Brasil, onde atua desde 1997, a empresa é dona de um terminal do porto de Navegantes (SC), por meio da subsidiária Terminal Investment Limited (TIL), e de 50% do BTP, um terminal no Porto de Santos (SP), em parceria com a dinamarquesa Maersk.