Israel: governo analisa o impacto da tensão com o Irã no comércio global

outubro 4, 2024

Israel: governo analisa o impacto da tensão com o Irã no comércio global

O recente aumento nas tensões entre Israel e Irã levanta preocupações no cenário global, especialmente para empresas que dependem de rotas e parceiros comerciais na região.

Enquanto o governo brasileiro avalia que os impactos diretos sobre o comércio exterior são, por ora, limitados, a evolução do conflito pode desencadear consequências mais amplas para negócios e cadeias de suprimentos.

O Brasil mantém uma balança comercial vantajosa com ambos os países, exportando grandes volumes de soja e milho.

A demanda do Oriente Médio por alimentos brasileiros é uma força consolidada, que impulsiona setores chave da economia agrícola. 

Mesmo diante de tensões geopolíticas, a necessidade de garantia de abastecimento alimentício pode manter as exportações brasileiras estáveis. Esse fluxo contínuo fortalece a posição do Brasil como fornecedor de commodities essenciais.

 Porém, a dependência brasileira de rotas comerciais críticas, como o Estreito de Ormuz e o Canal de Suez, expõe uma vulnerabilidade: caso essas passagens sejam afetadas pelas hostilidades, haverá impactos diretos sobre o comércio internacional.

Dados sobre as exportações para os dois países

Segundo dados da Logcomex, de janeiro a agosto de 2024, de janeiro a agosto de 2024, as duas NCMs mais exportadas para Israel e Irã foram:

  • NCM 1201.90.00 – Soja, mesmo triturada, exceto para semeadura com US$ 772 milhões de valor FOB exportado;
  • NCM 2304.00.90 – Bagaços e outros resíduos sólidos, da extração do óleo de soja que registrou expressivo aumento de 427% no valor FOB exportado e mais de 1,6 bilhão de toneladas em relação ao peso, representando aumento de 547% em comparação com o mesmo período do ano passado.

Outras NCMs exportadas pelo Brasil para ambos os países, são:

  • NCM 10059010 – Milho em grão, exceto para semeadura que registrou uma queda de 39% no valor FOB exportado, saindo de US$ 407 milhões em 2023, para US$ 250 milhões em 2024.
  • NCM 17011400 – Outros açúcares de cana que registraram um aumento exponencial de 316% nas exportações saindo de US$ 73,4 milhões de janeiro a agosto, para US$ 305,3 milhões no mesmo período em 2024.
  • NCM 27090010 – Óleos brutos de petróleo que registrou aumento de 56% no valor FOB exportado e 51% no peso em Kg líquido, em comparação com o mesmo período de 2023.

O Irã foi o principal país de destino das exportações no período analisado, representando 76% das operações e um valor FOB movimentado de US$ 1,9 bilhão.

Israel aparece com 24% de representatividade das operações, e valor FOB movimentado de US$ 579,5 milhões.

Estados brasileiros exportadores para Israel e Irã

A região Centro-Oeste, representada pelo Mato Grosso (MT), lidera as exportações com 26% das operações e FOB movimentado de US$ 619 milhões. 

Já o Paraná (PR) aparece em segundo lugar com 15% das operações e FOB movimentado de US$ 352,5 milhões. 

O Rio Grande do Sul (RS) ocupa o terceiro lugar no ranking, com 13% das operações e US$ 310,4 milhões de FOB exportado.

São Paulo (SP) e Rio de Janeiro (RJ), ambos possuem 9% de representatividade das exportações, com US$ 227 milhões e US$ 218 milhões de FOB exportados respectivamente.

Top 3 unidades de desembaraço aduaneiro

O Porto de Santos em São Paulo (SP) é o principal terminal portuário que realiza as movimentações de exportação para os países do Oriente Médio. 

Ele representa 32% das operações e, de janeiro a agosto de 2024, movimentou US$ 779 milhões de FOB.

Já o Porto de Paranaguá, no Paraná (PR), representa 20% das operações com valor FOB movimentado de US$ 494 milhões, seguido do porto de Rio Grande localizado no Rio Grande do Sul (RS), com 13% de representatividade nas exportações e FOB movimentado de US$ 320 no período analisado.

Israel e Irã: Cenário das importações brasileiras

De janeiro a agosto de 2024, a fabricação de produtos químicos básicos, fertilizantes e compostos nitrogenados, plásticos e borracha sintética em formas primárias, registraram queda de 30% nas importações. 

No mesmo período em 2023, o FOB movimentado foi de US$ 528,5 milhões, enquanto neste ano reduziu para US$ 371,3 milhões.

Em relação as NCMs mais importadas pelo Brasil de janeiro a agosto de 2024, estão:

  • NCM 3104.20.90 – Outros cloretos de potássio, que registrou queda de 41% nas importações e valor FOB de US$ 180,5 milhões.
  • NCM 3808.91.99 –  Outros inseticidas, apresentados de outro modo, que também registrou queda de 84% no valor FOB importado, saindo de US$ 82 milhões em 2023, para US$ 13 milhões em 2024.
  • NCM 3103.19.00 – Outros superfosfatos, que também apresentou queda de 21% nas importações, com valor FOB de US$ 54,5 milhões.
  • NCM 8802.30.39 – Aviões e outros veículos aéreos, a turbo jato, 7000 Kg < Peso <= 15000 Kg, vazios, apesar das outras NCMs terem apresentado queda nas importações, a NCM 8802.30.39 registrou aumento de 41%, com valor FOB de US$ 27,4 milhões, em comparação com o mesmo período de 2023.

Israel consolida-se como principal país exportador para o Brasil, com US$ 768 milhões de FOB movimentado e 99% das operações.

Já em relação aos estados brasileiros importadores, São Paulo ocupa o primeiro lugar no ranking, com US$ 231 milhões de FOB importado e 30% de representatividade das operações.

O estado do Mato Grosso  (MT) aparece na segunda posição, com 13% e valor FOB movimentado de US$ 102 milhões, enquanto Santa Catarina (SC) vem em seguida com 10% das operações e valor FOB de US$ 75,4 milhões.

Localizado em São Paulo (SP), o Porto de Santos é a principal unidade de desembaraço aduaneiro, com 25% das operações de importação advindas do país do Oriente Médio e FOB movimentado de US$ 191 milhões, de janeiro a agosto de 2024.

Conclusão

O cenário geopolítico envolvido no esforço entre Israel e o Irã levanta alertas sobre impactos potenciais no comércio global, afetando não apenas a segurança das rotas estratégicas comerciais, mas também a estabilidade das cadeias de suprimentos internacionais.

 O Brasil, como um importante fornecedor de commodities agrícolas, mantém relações comerciais com ambos os países, mas a dependência de rotas críticas como o Estreito de Ormuz e o Canal de Suez revelam uma vulnerabilidade que pode ser agravada se o conflito escalar.

Nesse contexto, contar com soluções tecnológicas para comércio exterior se torna essencial para mitigar riscos.

Ferramentas de monitoramento em tempo real, análise preditiva e automação de processos ajudam a antecipar problemas logísticos, adaptar suas operações rapidamente e garantir a continuidade do fluxo comercial. 

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