Indústria brasileira acumula cinco meses de retração

9 de abril de 2025

Indústria brasileira acumula cinco meses de retração
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O setor industrial brasileiro segue enfrentando dificuldades em crescer em 2025. Após encerrar o ano com desempenho estagnado, a produção industrial recuou 0,1% em fevereiro, segundo dados divulgados pelo IBGE no começo do mês de abril.

O número, que à primeira vista pode parecer discreto, representa a quinta queda mensal consecutiva e evidencia a dificuldade do setor em retomar fôlego diante de um ambiente econômico ainda frágil — tanto no cenário doméstico quanto no internacional.

Ainda segundo o IBGE, o comportamento de alguns setores chamou a atenção por conta de sua baixa performance, e ampla relevância. São eles:

  • máquinas e equipamentos (-2,7%)
  • produtos de madeira (-8,6%)
  • produtos diversos (-5,9%)
  • veículos automotores, reboques e carrocerias (-0,7%)
  • máquinas, aparelhos e materiais elétricos (-1,4%)
  • equipamentos de informática, produtos eletrônicos e ópticos (-1,5%)
  • móveis (-2,1%)

Por outro lado, das 11 atividades que apresentaram alta na produção, o destaque fica para as indústrias extrativas, com 2,7% de crescimento, e produtos alimentícios, com 1,7%. Ainda, destacam-se equipamentos de transporte (2,2%), os produtos químicos (2,1%) e celulose e produtos de papel (1,8%).

O Índice de Gerentes de Compras, PMI, na sigla em inglês, da indústria caiu de 52,7 em fevereiro para 51,2 em março. Embora acima da linha dos 50 pontos — que separa expansão de contração — o índice mostra perda de ritmo na atividade industrial. E, com menos produção, diminui também a competitividade dos produtos brasileiros no mercado global.

Segundo o Comexvis, a Indústria de transformação importou um FOB de US$ 62,1 bilhões no primeiro trimestre de 2025, um aumento de 15,6% em relação ao mesmo período do ano anterior. Deste total, US$ 19 bilhões vêm da China. E o país asiático pode se valer desse aumento de importação brasileira, uma vez que as relações com os Estados Unidos estão dificultadas graças às tarifas impostas pelo governo americano.

Diante desse cenário, especialistas apontam que a recuperação da indústria depende não só de medidas internas, como estímulos ao investimento e redução da carga tributária, mas também de uma reestruturação da política de comércio exterior. A diversificação de mercados, o fortalecimento de acordos comerciais e a inserção mais estratégica em cadeias globais são caminhos possíveis para reverter esse ciclo de baixa.


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