Em março de 2025, os Estados Unidos registraram um déficit comercial recorde de US$ 162 bilhões, impulsionado por um aumento expressivo nas importações, que totalizaram US$ 342,7 bilhões, enquanto as exportações somaram US$ 180,8 bilhões. Esse desequilíbrio é atribuído, em grande parte, às políticas protecionistas implementadas pelo presidente Donald Trump, que, ao elevar tarifas de importação, desencadeou uma guerra comercial com diversos parceiros internacionais. A antecipação de compras por empresas e consumidores, temendo novos aumentos tarifários, também contribuiu para esse cenário.
As medidas adotadas por Trump, incluindo tarifas de até 145% sobre produtos chineses, resultaram em retaliações e uma significativa redução no comércio bilateral, afetando cadeias de suprimentos e provocando escassez de produtos em supermercados norte-americanos. Além disso, a economia dos EUA contraiu 0,1% no primeiro trimestre de 2025, refletindo os impactos negativos dessas políticas comerciais.
Paralelamente, o comércio entre Brasil e Estados Unidos atingiu um recorde histórico no primeiro trimestre de 2025, totalizando US$ 20 bilhões. As exportações brasileiras de aço e automóveis para o mercado norte-americano cresceram até 20,5% no período, demonstrando a resiliência do setor diante das barreiras comerciais impostas.
Segundo a Logcomex, as exportações do Brasil para os EUA no primeiro trimestre de 2025 foram equivalentes a US$ 9,66 bilhões. Uma leve queda de 0,8% em relação ao mesmo período de 2024. O destaque fica para o petróleo (NCM 2709.00.10), com um FOB de US$ 1,08 bilhões. Apesar de ser o produto mais exportado, a comparação com o primeiro trimestre de 2024 mostra uma queda de 42%. Por outro lado, carnes desossadas (NCM 0202.30.00) registrou um aumento de 112% do FOB exportado, com US$ 349 milhões.Em resposta às críticas e aos impactos negativos de suas políticas, o presidente americano iniciou a reversão de algumas tarifas, como as aplicadas ao setor automotivo, buscando mitigar os efeitos adversos sobre a economia dos EUA. No entanto, analistas apontam que os danos já causados podem ter efeitos prolongados, afetando a confiança de consumidores e investidores.