Os ministros de Comércio dos países do BRICS aprovaram uma declaração conjunta em defesa do fortalecimento do sistema multilateral de comércio e da reforma da OMC. Durante a 15ª Reunião realizada em Brasília em 21 de maio, o documento expressou preocupação com o aumento de medidas restritivas ao comércio global.
O bloco, agora com 11 países (Brasil, Rússia, Índia, China, África do Sul, Egito, Emirados Árabes Unidos, Arábia Saudita, Etiópia, Irã e Indonésia), também aprovou o “Entendimento sobre a Governança da Economia de Dados do BRICS”, considerado inédito tanto no âmbito do BRICS quanto em outros fóruns multilaterais, o documento estabelece diretrizes para políticas públicas que orientam o desenvolvimento soberano dos mercados de dados, incluindo princípios para coleta, armazenamento e transferência de dados entre fronteiras, promovendo a interoperabilidade das regulamentações nacionais.
Outro documento aprovado foi o “Marco do BRICS sobre Comércio e Desenvolvimento Sustentável”. Este visa criar uma plataforma para que os países membros promovam um paradigma mutuamente favorável entre comércio e política ambiental, explorando suas sinergias como motores do desenvolvimento sustentável, em total conformidade com as regras do sistema multilateral de comércio.
Os ministros também avançaram nas negociações da “Estratégia para a Parceria Econômica do BRICS 2030”, que será finalizada na Cúpula do Rio de Janeiro em julho.
Os acordos e documentos aprovados pelo BRICS podem trazer implicações para o comércio exterior brasileiro, especialmente considerando as discussões sobre governança de dados, desenvolvimento sustentável e a atualização da Estratégia para a Parceria Econômica do BRICS 2030.
Diante das preocupações expressas pelo BRICS sobre medidas restritivas ao comércio global, as discussões do bloco podem representar oportunidades para empresas brasileiras considerarem a diversificação de mercados internacionais.