O anúncio do lançamento de um novo SUV 100% elétrico pela General Motors (GM) no Brasil marca mais uma etapa da transição do setor automotivo para a geração de eletrificados.
Durante a apresentação do Spark EUV, nesta semana, a montadora revelou ainda que em 2024, pela primeira vez, obteve lucro na produção de seus veículos elétricos, ou seja, a receita com os modelos superou custos variáveis envolvidos em sua produção, como mão de obra e materiais.
Apesar de o resultado não incluir custos fixos, como a construção de linhas de montagem, o fato representa um marco significativo no mercado, hoje liderado por chinesas como BYD e GWM, que devem inaugurar fábricas no Brasil ainda este ano.
No ano passado, a alemã BMW também trouxe a público planos de investir no segmento no país, com a produção de seu primeiro híbrido plug-in em território brasileiro, o BMW X5 PHEV.
Embora as mudanças ocorram de forma gradativa e enfrentem desafios, tem se tornado cada vez mais fundamental a adaptação ao novo cenário por parte de empresas envolvidas direta ou indiretamente com o setor, incluindo o comércio exterior.
O acompanhamento de tendências em curto, médio e longo prazos abre oportunidades de atuação e de mitigação de riscos. Nesse contexto, o NCM Intel, plataforma de analytics para importações e exportações da Logcomex, pode fornecer insights relevantes e confiáveis, permitindo tomadas de decisão mais assertivas.
As importações de veículos híbridos e elétricos encerraram o ano de 2024 com um valor total (FOB) de US$ 4,5 bilhões, o que representa uma alta de 85,2% em relação ao ano anterior, mostram dados do NCM Intel. Considerando os modelos puramente elétricos, o avanço chegou a 107,7% na mesma comparação.
As mudanças na indústria automotiva afetam também setores derivados, como o de autopeças, que encerrou 2024 com déficit comercial de US$ 13,1 bilhões, impulsionado por um aumento de 11,5% no valor total de importações, que totalizou US$ 21 bilhões (FOB).
Para o Sindicato Nacional da Indústria de Componentes para Veículos Automotores (Sindipeças), um dos principais fatores para o aumento nas importações do setor foi justamente o crescimento na entrada de veículos híbridos e elétricos, principalmente da China, que exigem peças de reposição, acessórios e componentes específicos, sem oferta na indústria local.
Conforme estudo da Logcomex, o crescimento exponencial nas compras brasileiras de veículos elétricos importados é resultado de diversos fatores, entre eles os altos preços dos combustíveis fósseis, a introdução de novas tecnologias, como baterias de maior autonomia e carregamento mais rápido, e incentivos oferecidos por diversos estados brasileiros, que visam estimular a adoção de veículos mais sustentáveis.