BYD já tem três navios ro-ro para exportar seus carros elétricos

novembro 1, 2024

BYD já tem três navios ro-ro para exportar seus carros elétricos
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A chinesa BYD adquiriu recentemente mais um navio para o escoamento de sua produção para o mercado internacional, ampliando sua frota marítima exclusiva. Enquanto aguarda a inauguração da fábrica local da marca, o Brasil deve ser beneficiado com a novidade, que reduz prazos e custos de importação.

O cargueiro é o terceiro de propriedade da empresa do tipo ro-ro (abreviação de roll-on/roll-off). Específico para o transporte de cargas sobre rodas, a embarcação recebe esse nome por dispensar contêineres: os carros entram e saem por seus próprios meios, utilizando rampas.

Batizado de BYD Changzhou, em homenagem à cidade no Leste da China onde está localizada a fábrica dos modelos Yuan Plus e Seal, o navio se junta aos outros dois da frota da montadora, o Explorer Nº 1, lançado em janeiro, e o Heifei, anunciado no fim de setembro. Somente entre janeiro e agosto deste ano, a unidade de Changzhou da BYD reportou mais de 10 bilhões de yuans (US$ 1,4 bilhão) em vendas.

No início do ano, o presidente da montadora, Wang Chuanfu, disse que nos próximos dois anos espera ter oito navios ro-ro na frota da companhia.

Embora a empresa não tenha divulgado mais detalhes de sua terceira embarcação, é provável que as características sejam similares às das duas primeiras, que são movidas preferencialmente a gás natural, o que reduz as emissões de carbono, e têm capacidade para acomodar aproximadamente 7 mil carros de passeio.

A estratégia adotada pela BYD de manter uma frota própria de cargueiros tem o objetivo de livrar a montadora da dependência de transportadoras, que dispõem de um número limitado de navios desse tipo.

Outras empresas também têm adotado a solução. No fim de janeiro, a também chinesa SAIC Motor também lançou aos mares seu próprio navio ro-ro para exportação de veículos. A embarcação partiu de Xiamen, no Leste da China, carregando 3,7 mil veículos da fabricante.

Em junho, a BYD desembarcou 5.459 veículos no Brasil utilizando o Explorer Nº 1. A atracação, no Porto de Suape (PE), rendeu a maior entrega de carros já realizada historicamente no terminal.

A remessa fez parte de uma programação da montadora para reduzir gastos com impostos no Brasil. Ao antecipar a vinda dos veículos, a empresa “driblou” um aumento realizado em julho na taxação de modelos elétricos vindos do exterior.

Dados da Logcomex mostram que as importações de veículos elétricos e híbridos dispararam em 2024. Entre janeiro e setembro foram importados 75,3 mil carros elétricos puros (NCM 8703.80.00), uma alta de 613,7% em comparação com o mesmo período de 2023, quando entraram no Brasil 10,5 mil unidades.

Já em relação aos modelos híbridos plug-in (NCM 8703.60.00), foram 68 mil unidades importadas nos nove primeiros meses do ano, aumento de 257% em relação ao mesmo intervalo do ano passado, quando foram importados 19 mil carros.

A maior parte das importações brasileiras do setor tem origem na China. Do total de US$ 1,47 bilhão (FOB) em veículos 100% elétricos estrangeiros que entraram no Brasil entre janeiro e setembro deste ano, US$ 1,28 bilhão (FOB) refere-se a unidades chinesas (86%).

No caso dos híbridos plug-in, os automóveis fabricados na China corresponderam a 76,5% (US$ 1,37 bilhão) do total importado no período (US$ 1,79 bilhão).


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