O Brasil, em 2024, mantém seu protagonismo global no agronegócio, especialmente no setor da soja, consolidando sua posição como um dos maiores exportadores do grão.
Paralelamente, o aumento das importações também chama atenção, evidenciando a interdependência de mercados globais e o dinamismo do comércio exterior.
Este crescimento representa uma força tanto para o setor agroindustrial quanto para empresas que operam no comércio exterior.
O aumento no volume de exportações de soja significa uma maior demanda por soluções tecnológicas que possam otimizar a logística, fornecer insights baseados em dados e garantir eficiência nas operações.
A plataforma da Logcomex, que automatiza e monitora operações de comércio global, se torna uma ferramenta ainda mais indispensável para garantir previsibilidade e agilidade em um setor que movimenta volumes gigantescos de mercadorias.
Desafio: Dependência de Commodities
Embora a exportação de soja seja uma força econômica, também expõe uma fraqueza estrutural do Brasil: a alta dependência de commodities.
Isso cria uma vulnerabilidade diante de variações de preço no mercado internacional, como quedas abruptas nos valores da soja, o que pode afetar negativamente o comércio exterior.
Apesar de avanços na infraestrutura, a logística interna do Brasil ainda enfrenta desafios como a má conservação de estradas e congestionamentos em portos.
Esses gargalos afetam o fluxo de exportação de soja e podem comprometer a eficiência das operações
Barreiras Comerciais e pressão internacional
O aumento das exportações de soja pode enfrentar resistência por meio de barreiras comerciais impostas por países que desejam proteger suas produções internas ou que têm preocupações ambientais.
As críticas sobre o impacto ambiental do cultivo de soja no Brasil, especialmente em áreas de desmatamento, podem levar a sanções ou restrições por parte de mercados europeus e norte-americanos.
Essas barreiras representam uma ameaça significativa para o setor, que precisa estar preparado para se adaptar a novas regulamentações e pressões internacionais.
Volatilidade dos preços das Commodities
A soja é uma commodity sujeita a grande volatilidade de preços no mercado internacional, influenciada por fatores como clima, políticas comerciais e flutuações na demanda global.
Quedas abruptas nos preços podem comprometer a rentabilidade de empresas brasileiras envolvidas no comércio exterior, impactando diretamente suas operações e suas capacidades de crescimento.
Para mitigar essa ameaça, as empresas devem adotar práticas de gerenciamento de risco e diversificar suas fontes de receita.
Oportunidades
A crescente demanda por soja nos mercados asiáticos, especialmente na China, representa uma oportunidade estratégica para o Brasil expandir suas exportações.
As empresas brasileiras podem aproveitar essa tendência para fortalecer suas relações comerciais com esses mercados, aumentando suas receitas e solidificando sua presença no cenário global.
Com a ampliação do comércio, surge também a necessidade de investir em inovação e novas tecnologias que possam otimizar as operações e garantir que o Brasil continue a ser um fornecedor confiável.
Sustentabilidade e certificações verdes
A pressão crescente por práticas sustentáveis abre uma oportunidade importante no setor de soja.
Mercados consumidores exigem cada vez mais que os produtos atendam a padrões ambientais rigorosos, o que cria uma oportunidade para as empresas brasileiras investirem em certificações verdes.
Esse diferencial competitivo pode ajudar as empresas a acessar novos mercados e atrair clientes que valorizam práticas sustentáveis.
Soluções que integram rastreamento de origem e garantem a conformidade com normas internacionais podem agregar valor às operações.
Impacto nas empresas brasileiras
O crescimento das exportações e importações de soja em 2024 tem um impacto profundo nas empresas brasileiras que atuam no comércio exterior.
O aumento da demanda global cria oportunidades de crescimento, mas também impõe desafios significativos em termos de infraestrutura, sustentabilidade e volatilidade de preços.
As empresas que conseguirem adaptar suas operações, investindo em inovação e tecnologia, estarão melhor posicionadas para aproveitar as oportunidades e enfrentar as instabilidades do mercado global.
Dados de comércio global
De acordo com a Logcomex, as importações de soja, mesmo triturada, exceto para semeadura (NCM: 12019000) registrou expressivo aumento de 550% no FOB importado de janeiro a agosto de 2024, em comparação com o mesmo período em 2023.
O peso importado também registrou aumento expressivo de 703% no período analisado.
Paraguai, Uruguai e Canadá são os 3 principais países exportadores da commodity.
Já o Paraná (PR), Rio Grande do Sul (RS) e São Paulo (SP), são os principais Estados importadores.
Em relação à unidade de desembaraço aduaneiro, podemos destacar o ALF Foz do Iguaçu, IRF Santa Helena e IRF de Guaíra.
Exportações
Já em relação às exportações na NCM 12019000, de janeiro a agosto de 2024 houve discreta queda de 14% no valor FOB exportado, embora o peso tenha variado 3% a mais em relação ao mesmo período de 2023.
Principais países de destino
No ranking de principais países de destino, a China lidera, seguida dos Estados Unidos e Argentina.
O Porto de Santos se consolida como a principal unidade de desembaraço aduaneiro, representando 32% das operações no período.
O Porto de Itaguai vem em segundo lugar, seguido do porto de Paranaguá, ambos com 9% do valor FOB movimentado.
Conclusão
O cenário de crescimento no comércio de soja exige das empresas brasileiras uma abordagem estratégica, que combine eficiência operacional, sustentabilidade e gestão de risco, para garantir sua competitividade no cenário global cada vez mais dinâmico e desafiador.