As exportações brasileiras de soja para a China atingiram US$ 6,67 bilhões no primeiro trimestre de 2025, com um volume total de 16,94 milhões de toneladas, conforme dados da Logcomex. O volume físico embarcado representa um crescimento de 7% em comparação ao primeiro trimestre de 2024, quando foram exportadas 15,85 milhões de toneladas.
Apesar do aumento no volume, houve uma redução de 4% no valor total das exportações em relação ao mesmo período do ano anterior, quando os embarques somaram US$ 6,98 bilhões. Essa queda reflete a diminuição no preço médio da soja exportada, que passou de US$ 0,44 por quilograma em 2024 para US$ 0,39 em 2025, um recuo de 10,6%, segundo os dados da Logcomex.
A China tem diversificado suas fontes de grãos desde que a guerra comercial desencadeada pelas tarifas do presidente americano Donald Trump tornou menos atraente a compra de grãos americanos, e a reportagem da Bloomberg Línea indica que o país considera que pode suprir suas necessidades sem depender dos grãos americanos, o que torna o Brasil um fornecedor importante.
“Grãos americanos como soja, milho e sorgo podem ser facilmente substituídos e os suprimentos no mercado internacional são bastante suficientes”, afirmou Zhao Chenxin, diretor adjunto da Comissão Nacional de Desenvolvimento e Reforma da China, citado pela reportagem. “Mesmo sem as compras de grãos para ração e sementes oleaginosas dos EUA, não haverá muito impacto no fornecimento de grãos da China”, completou o executivo.
De acordo com os dados da Logcomex, o estado de Mato Grosso continua sendo o principal exportador brasileiro de soja para a China, respondendo por 28% do total embarcado no primeiro trimestre de 2025. Na sequência aparecem Goiás (15%), Paraná (13%) e Mato Grosso do Sul (8%).
Os embarques da commodity brasileira para o mercado chinês apresentaram alta no mês de março, quando foram exportadas 9,01 milhões de toneladas. Em fevereiro, o volume atingiu 4,9 milhões de toneladas, e em janeiro, 1,96 milhão, conforme dados da Logcomex.
O Porto de Santos foi a principal porta de saída da soja brasileira destinada à China no período, por onde passaram 41% do total das exportações, totalizando US$ 2,76 bilhões. O Porto de Paranaguá ocupou o segundo lugar, com 18% dos embarques ou US$ 1,21 bilhão, segundo a Logcomex.
A Bloomberg Línea reporta que a China, maior compradora mundial de soja, deverá receber uma quantidade acima do normal da oleaginosa da América do Sul no segundo trimestre de 2025. Segundo Yin Ruifeng, afiliado ao Ministério da Agricultura chinês, citado pela publicação, as remessas vindas principalmente do Brasil, Argentina e Uruguai devem superar 30 milhões de toneladas entre abril e junho, o que seria um recorde para o trimestre.
Dados da Logcomex mostram que o modal marítimo continua sendo o principal meio de transporte da soja brasileira para a China, respondendo por 99,59% do volume exportado no primeiro trimestre de 2025, com uma pequena participação de 0,41% do modal lacustre.
A China tem intensificado a diversificação de seus fornecedores de grãos como parte de uma estratégia mais ampla para reduzir sua dependência dos Estados Unidos em meio às tensões comerciais entre as duas potências econômicas. O aumento das importações de soja brasileira reflete essa tendência, como evidenciam os dados da Logcomex para o primeiro trimestre de 2025.