O avanço recente de casos de gripe aviária (H5N1) por diversos países deve acabar impulsionando as exportações de carne de frango do Brasil em 2025, avalia a Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA).
Países como Portugal, Hungria, França, Alemanha, Itália, Inglaterra, Ucrânia, Polônia e Estados Unidos reportaram aumento no número de casos da doença, fato que já vem levando países importadores a suspenderem compras de frangos desses países.
O movimento ganha ainda relevância considerando que Estados Unidos, Polônia, Alemanha, França e Ucrânia estão entre os dez maiores exportadores globais de carne de aves.
O Brasil, maior exportador de carne de frango do mundo, se destaca nesse cenário por utilizar medidas sanitárias rigorosas, como o uso exclusivo de água de fontes enclausuradas, diferentemente de concorrentes como os Estados Unidos, onde o uso de água de lagos abertos têm contribuído para a disseminação da doença.
No ano passado, as exportações de carne de frango cresceram 3,2% em relação a 2023. Segundo dados da Logcomex, o aumento foi impulsionado principalmente pela alta do produto inteiro, congelado, sem miudezas (NCM 0207.12.20), que saltou 44,1%, chegando a 1 milhão de toneladas líquidas.
Apesar das oportunidades geradas com o surto da doença em países concorrentes, a possibilidade de a gripe aviária atingir granjas comerciais representa um risco significativo para o Brasil.
De acordo com dados do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa), entre 2022 e 2024 foram realizadas 3.668 investigações de suspeita de síndrome respiratória e nervosa das aves, um dos sintomas da influenza aviária.
Dessas investigações, 1.014 casos foram considerados prováveis e levaram a coleta de amostras para diagnóstico laboratorial. Todos os 166 focos confirmados da doença foram identificados em aves silvestres ou de subsistência.
Um caso de suspeita confirmado em uma ave comercial resultou em diagnóstico de outra patologia, a doença de Newcastle, em 17 de julho do ano passado. Em outubro, 90 dias depois de exterminado o foco, a Organização Mundial de Saúde Animal (OMSA) reconheceu o fim do surto no Brasil.